Crianças fazem júri simulado

Cerca de duzentos alunos das escolas municipais Foz do Iguaçu, de Santa Felicidade, e Araucária, do Bairro Alto, assistiram, ontem pela manhã, a um júri simulado, no próprio Tribunal do Júri, no Centro Cívico. A iniciativa faz parte de um projeto que vem sendo desenvolvido há cinco anos e que tem por objetivo dar às crianças noções sobre seus direitos e deveres. “É também uma forma de mostrar a eles que a Justiça não é tão difícil de ser alcançada”, explicou a chefe de gabinete da vice-presidência do Tribunal do Júri, Stael Patitucci.

Vestidos a caráter, os alunos participaram do julgamento de dois casos, ambos envolvendo o tema pichação. Segundo Stael, são julgados casos fictícios, mas que tem haver com a realidade vivida por eles na escolas. Como a idéia é mostrar o universo da Justiça, todo o ritual é respeitado. Os alunos passam a ser promotores, advogados de defesa e acusação e também juiz. O projeto é dividido em três partes. Num primeiro momento, os alunos visitam o Tribunal de Justiça, têm contato com desembargadores, juízes e promotores e participam de uma palestra sobre cidadania. Depois o magistrado vai até a escola. E, por último, o júri simulado. No momento, sete escolas estão envolvidas no projeto.

No primeiro julgamento de ontem, o réu com suposto nome de Alyson Cordeiro dos Anjos, desenhista, foi absolvido. O júri entendeu que o garoto não teve intenção de destruir o patrimônio e que seus desenhos serviram para apagar os palavrões que estavam esboçados no muro da escola.

Para Alyson Rafael Santana, de 10 anos, da quarta série, que fez o papel de réu, foi uma experiência ímpar. “Acompanhei a votação. No começo fiquei nervoso”, confessou. Ele considera a pichação de muros uma falta de respeito. “Se eu encontrasse alguém pichando, ligaria para o 190.” Mas, como arte, tudo autorizado, ele é a favor. Everton Zandroviski, 9, que interpretou um promotor, também participou pela primeira vez de um júri simulado. “Achei muito legal, pois aprendi como funciona um júri.”

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