Cresce o número de mulheres nas universidades

O número de estudantes no ensino superior cresceu 13,2% em 2006 no Brasil. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Paraná, entre aos anos de 2002 a 2006, o número de universitários aumentou 36,44%, o que representa um universo de quase 100 mil alunos a mais nos bancos escolares. Outro dado apontado pela pesquisa é que o número de mulheres também cresceu, tanto no ensino superior quanto nos demais níveis de ensino.

Isso pode ser comprovado pelo total de inscritos nos concursos vestibulares. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), nos três últimos concursos, a média de mulheres inscritas foi 8% a mais que os homens. Na UniBrasil elas representam 60% na disputa por uma vaga na instituição, e estão presentes em 58% das salas de aula.

A coordenadora do curso de Serviço Social da UniBarsil, Elza Maria Campos, diz que esse crescimento da presença feminina pode ser analisada por diversos aspectos. Um deles está ligado à mudança cultural que vem ocorrendo ao longo dos anos, quando a mulher tem deixado o ambiente doméstico, e se voltando para o público. Além disso, a pressão do mercado que exige um profissional cada vez mais escolarizado. ?Mas também existem fatores como a busca pela autonomia, a realização profissional?, avaliou.

Outra mudança significativa da mulher nas universidades é que elas estão tendo destaque em cursos que tradicionalmente eram tidos como masculinos. Na UFPR elas já ocupam metade das vagas no curso de Agronomia. Na UniBrasil elas representam 45% dos alunos do curso de Direito e 50% do curso de Administração de Empresas.

Mas quando o assunto é aprovação no vestibular, os homens continuam na frente. O coordenador do vestibular 2007/2008 da UFPR, João Carlos Possamai, confirma que na média dos três últimos concursos os candidatos masculinos tiveram 6,73% a mais de aprovação que as candidatas. Ele acredita que isso está ligado ao tempo de estudo. ?Eles têm mais tempo para os estudos, enquanto elas dividem o estudo com outras atividades?, concluiu.

Rede privada ?abocanha? estudantes

Lígia Martoni

O número de estudantes no ensino superior vem aumentando no Brasil e a grande responsável por isso é a rede privada. Essa tendência, que se evidencia há alguns anos, foi mais uma vez reforçada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2006, divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expansão, entre 2005 e 2006, foi de 15,3%, sendo o Sul uma das regiões que concentra a maior parte desses estudantes. Para o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Paraná (Sinepe/PR), o crescimento está relacionado a fatores como o Programa Universidade para Todos (Prouni), à modalidade de ensino à distância e expansão das instituições.

A pesquisa do IBGE mostrou que, apesar de o número de estudantes da rede pública em geral ainda ser significativamente maior que o da rede privada (43,7 milhões contra 11,2 milhões, respectivamente), de 2005 para 2006, o total de estudantes na rede particular cresceu 7,5%, enquanto na rede pública diminuiu 0,7%. O nível superior foi decisivo para esse aumento e pode-se dizer que, hoje, o País todo concentra mais alunos na rede privada que na pública.

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