Crea discute uso do crédito do carbono

As possibilidades de aplicação de crédito carbono foram discutidas ontem, em Curitiba, durante um seminário promovido pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR). O evento teve como objetivo levantar as propostas e discussões sobre o tema, que hoje vem ganhando espaço como uma oportunidade de negócios.

Segundo o presidente do Crea-PR, Álvaro Cabrini Júnior, o cumprimento do Protocolo de Kyoto – um acordo firmado entre 130 países que se comprometem formalmente em reduzir a emissão de gases poluentes, responsáveis pelo efeito estufa, até 2012 – atinge não apenas questões ambientais, "mas também sociais, pois afeta toda a vida no planeta". Aliado a isso, ressalta, "fez com que surgisse uma oportunidade de negócios, através da comercialização de carbono".

Para atender as metas de redução de emissão dos gases, foram criados mecanismos de flexibilização, os chamados Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), negociáveis através de créditos de carbono. Com essa transação, os países emissores de carbono – um dos principais causadores do aquecimento global – e que não conseguirem reduzir suas emissões, poderão adquirir créditos de seqüestro de carbono de regiões ou empresas que conseguirem baixar sua emissão de gases poluentes, mesmo estando essas iniciativas fora de seu território.

E é esse filão de mercado que muita gente está de olho, já que países ricos devem investir em países em desenvolvimento. A estimativa, diz o presidente da Comissão de Meio Ambiente do Crea, Alcione Pacheco, é que diversos segmentos devem começar a se voltar para esse mercado, que, segundo estimativas, deve movimentar US$ 10 bilhões em crédito de carbono por ano. "Por isso, é de vital importância que os profissionais da engenharia, arquitetura, agronomia tenham informações sobre o assunto, pois estarão à frente de projetos e execuções de obras que devem estar de acordo com as normas para enquadramento e certificação do crédito carbono", finalizou.

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