Corrida dos Garçons anima Santa Felicidade

Equilibrar uma bandeja com duas garrafas de cerveja, e ainda correr. Eis a missão dos atendentes na tradicional Corrida dos Garçons, que acontece todos os anos em Curitiba. Na edição de 2004, realizada ontem em Santa Felicidade, 450 profissionais de toda a Região Metropolitana se inscreveram para participar da prova e também do almoço de confraternização. A festa tem como objetivo antecipar a comemoração do Dia do Garçom, comemorado amanhã.

Na corrida, os garçons percorrem 200 metros com uma mão equilibrando a bandeja e a outra tendo de ficar nas costas. Quem chegasse por primeiro, sem deixar as garrafas caírem ou quebrarem, seria o vencedor. Há seis anos a prova acontece em Santa Felicidade, o bairro gastronômico da cidade, depois de ser disputada na Boca Maldita. “Nada mais justo fazer aqui, onde se concentra a maioria dos garçons de Curitiba”, explica Mauro Ignácio, um dos organizadores da corrida. Estima-se que existam 1,5 mil garçons na cidade. Mais de mil estão trabalhando em Santa Felicidade.

Os garçons podem participar em quatro categorias: uma feminina e três masculinas (até 30 anos, entre 31 e 45 e acima de 46 anos). O vencedor de cada categoria embolsou R$ 500. Os segundos lugares ficaram com uma bicicleta 18 marchas e os terceiros com aparelho de som com CD.

O garçom Francisco Carlos da Silva, que trabalha na área há 18 anos, participou de todas as corridas promovidas até agora. Venceu quatro vezes. “Eu participo da corrida pela festa e para mostrar que a categoria precisa ser prestigiada”, afirma. Ele conta que incentiva os colegas que ainda não participaram da prova a entrar na competição. “Eu não treino especificamente para a prova”, comenta Silva, que diz que a agilidade em atender todos os clientes com muita eficiência é o segredo que faz dele um campeão de equilíbrio: “Essa é a tática para estar no primeiro lugar”.

O garçom Geraldo Peruci, profissional há 25 anos, participa da corrida desde 1986. Ganhou três provas, incluindo a de ontem. “Eu treino um pouco em casa, mas a experiência do cotidiano é o que ajuda”, conta. A preparação acontece durante todo o ano. “Os garçons começam a comentar sobre a próxima prova assim que termina uma. Durante todo o ano, nós desenvolvemos técnicas para chegar mais rápido sem derrubar as garrafas”, observa Peruci. “O mais difícil é a largada, quando precisamos arrancar bem. Depois, é só emoção.”

A auxiliar de cozinha Maria Aparecida Frey já foi garçonete e nunca deixou de competir, mesmo depois de mudar de área, há seis anos. Na categoria feminina, ela é praticamente invencível. Ela compete há mais de 10 anos e venceu sete provas. “Além dos prêmios, é muito divertido estar com todos os amigos”, afirma. Para a competidora, o que mais dificulta a performance é o piso de paralelepípedo da Avenida Manoel Ribas.

Os vencedores da corrida deste ano foram: Ulisses Prado (categoria acima de 46 anos), Geraldo Peruci (entre 31 e 45 anos), Lizandro da Rocha (até 30 anos) e Cristiane Sopzinski (feminino).

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