Correios montam mutirão para este fim de senama

Enquanto os funcionários dos Correios discutem na Justiça o acordo coletivo, a empresa fará mutirões neste fim de semana para colocar em dia a entrega de cartas e encomendas à população. O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) calcula que quatro milhões de correspondências estão paradas no Estado por causa da greve iniciada na quarta-feira.

Como parte do plano de contingência para minimizar os prejuízos à população, a estatal está colocando empregados administrativos na rua, contratando temporários e pagando horas extras. “Estão pagando até três horas extras diárias, burlando a CLT, que só permite duas, e colocando gente para trabalhar sábado e domingo até as 21h. É uma exploração total”, define o secretário-geral do Sintcom-PR, Luiz Antonio de Souza.

Proposta aceita

Em assembleias ontem, a categoria aprovou a proposta da ministra Kátia Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de 5,2% de reajuste mais R$ 80 lineares, com a manutenção das cláusulas sociais. Na última audiência no TST, a direção dos Correios rejeitou estas condições para o acordo. O TST deu prazo até o meio-dia de segunda-feira para as partes apresentem documentos e alegações. Só depois é que marcará o julgamento do dissídio coletivo. “Acredito que a ministra deve resolver logo a questão. Por causa do dissídio, o tribunal tem urgência”, avalia Souza.

Números desencontrados

Os números de adesão à paralisação seguem bem divergentes. Segundo o Sintcom-PR, a adesão no Estado é de 60% dos trabalhadores, para cumprir a determinação judicial que obriga a manutenção de 40% do efetivo. Já a direção dos Correios informa que 90,5% dos empregados no Estado trabalharam normalmente ontem. Segundo a empresa, a rede de agências funciona normalmente e se constitui até em alternativa de atendimento bancário, através do Banco Postal. No Paraná estão suspensos os serviços de entrega com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje e o Disque-Coleta).