Convênio pode salvar Casa do Estudante

Um convênio que será assinado hoje com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) poderá amenizar as péssimas condições financeiras da Casa do Estudante Universitário (CEU), em Curitiba. Depois de muita negociação e insistência dos dirigentes da casa e da reitoria da UFPR, o Ministério da Educação (MEC) aceitou repassar R$ 204 mil por ano para a CEU manter 100 estudantes carentes da UFPR. O repasse será feito durante quatro anos. O local abriga 250 universitários. Apesar do novo recurso ser bem-vindo, os dirigentes da CEU ainda reclamam que não têm dinheiro para fazer uma reforma geral no prédio, que está com problemas hidráulicos e elétricos. A CEU também acumula uma dívida com a Previdência, que está acumulada em pelo menos R$ 850 mil. A assinatura do convênio será às 11h, no gabinete da reitoria. 

Para piorar a situação, uma ajuda de R$ 3 milhões que viria do governo do Estado foi por água abaixo no começo do mês. De acordo com Bohdan Metchko Filho, do Conselho Administrativo da CEU, uma emenda no Orçamento de 2007 do Estado poderia contemplar a casa com recursos, porém ela foi vetada pelo governador Roberto Requião no início do ano. ?Para você ter uma idéia, esse recurso é garantido pela Constituição do Paraná, ele não precisaria ser aprovado em orçamento. Nós não queremos apenas dinheiro, também estamos tentando algumas contra-partidas com o governo para tentar realizar obras aqui na casa. A situação está caótica, as infiltrações estão comprometendo a estrutura e nós não sabemos o que pode acontecer. Há até risco de incêndio?, indignou-se.

Infra-estrutura do prédio está totalmente precária, com diversos problemas hidráulicos e elétricos.

Bohdan disse também que vem tentando recursos com a Prefeitura de Curitiba, mas até agora não conseguiu. A mesma batalha vem sendo travada com o MEC, pois os recursos do convênio com a UFPR não permitem a realização de obras. ?Só dependemos da boa vontade do MEC?, disse.

Os problemas enfrentados pela casa são tantos que o Ministério Público Estadual (MPE) teve que intervir no local. Até o ano passado, um interventor do MPE ficou responsável pela casa. Com o pagamento de algumas dívidas – só em contas de água, a CEU devia R$ 63 mil – o interventor se desligou da CEU e a administração do local voltou para as mãos de estudantes.

Eletricidade comprometida.

Para Bohdan, é preciso que as universidades e os governos pensem não somente em políticas de inclusão, mas também na permanência dos alunos nas instituições, pois as taxas de evasão ainda são altas. O convênio firmado entre a UFPR e a CEU tem justamente esse intuito.

De acordo com a assessora de Assuntos Estudantis da UFPR, Rita de Cássia Lopes, a demanda de alunos carentes de fora de Curitiba vem aumentando muito na UFPR. ?Não deve haver apenas a democratização do ensino superior, temos que buscar formas dos estudantes se manterem na faculdade?, afirmou. As inscrições para as 100 vagas para o local poderão ser feitas no início de março – as datas ainda não foram confirmadas. Para concorrer às vagas, o estudante tem que morar fora de Curitiba e Região Metropolitana (RMC), deve estar matriculado em um dos cursos de graduação da UFPR e ter vulnerabilidade econômica. Mais informações na reitoria, no Edifício Dom Pedro II, primeiro andar (Rua Dr. Faivre, 405, Centro).

A CEU

A CEU foi inaugurada em 1956, evento que teve a presença de Juscelino Kubitschek. A casa oferece até 400 lugares – lotação máxima -, mas hoje conta com 250 estudantes. Antes de entrar na CEU, os estudantes têm que apresentar vários documentos que comprovem a situação financeira da família. 

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