Continua polêmica no Colégio Estadual do Paraná

Professores, pais, estudantes e ex-alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba, se reuniram ontem pela manhã durante uma audiência pública que discutiu o projeto de lei que tramita na Assembléia Legislativa sobre as eleições diretas para a direção do colégio. Somente o CEP, em toda a rede estadual de ensino, não possui esse tipo de eleição. O diretor é indicado diretamente pelo governador do Estado. No ano passado, professores e alunos fizeram manifestações pedindo as eleições diretas no Colégio Estadual. No entanto, os protestos tomaram outro rumo e acabaram servindo como crítica à atual diretora do colégio, Maria Madselva Feiges, indicada pelo governador Roberto Requião.

O projeto de lei, de autoria do deputado estadual Mauro Moraes, deve ser votado na próxima terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). ?Não é justo que o maior colégio do Paraná não esteja dentro de uma democracia. Eu estudei no Colégio Estadual do Paraná e já votei para a eleição da direção. Fomos até o colégio para convidar os alunos para participar dessa audiência, pois soubemos que estava acontecendo um boicote. Encontrei a diretora, que disse que não concordava com essa palhaçada?, afirmou o deputado em seu discurso inicial durante a audiência. A CCJ protocolou no colégio, antes da audiência, uma circular informando os alunos e a direção sobre a discussão.

Foram convidadas diversas autoridades para a audiência pública, como o secretário de Estado da Educação, Maurício Requião. No entanto, ele não compareceu e, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação (Seed), enviou o diretor-geral Ricardo Bezerra. A diretora da escola também foi convidada, mas não apareceu na audiência.

Segundo os alunos Cíntia de Rossi e Paulo Fortunato que pertencem ao grêmio estudantil -, a diretora do Colégio Estadual está mais acessível em receber e conversar com os alunos. Eles também concordam com as eleições diretas. E ainda esclarecem que os protestos do ano passado tinham justamente este objetivo, mas que acabaram se voltando contra a direção por causa da pressão interna.

O professor Denílson Schena, um dos que respondem processos administrativos por causa dos protestos do ano passado, acredita que este é um momento histórico, tanto para o colégio quanto para a educação do Estado. ?A proposta de eleições diretas é um avanço. Isso melhoraria a qualidade de ensino e de aprendizagem?, comenta.

A reportagem de O Estado não conseguiu entrar em contato com a diretora do colégio. Já a Seed enviou nota e afirmou que ?acompanha o andamento do projeto lei e alerta que a eleição é apenas um dos fatores que compõem a gestão democrática?. A secretaria informou também que é para uma gestão democrática é fundamental também fortalecer o Conselho Escolar e incentivar a ?a participação dos grêmios estudantis e das Associações de Pais, Mestres e Funcionários (APMFs)?. ?Com toda certeza, a plena atuação dessas instâncias no cotidiano escolar é que torna a gestão verdadeiramente democrática?, finaliza a nota.

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