Consumo de pescados na Quaresma vai pesar no bolso

Questão de fé e de bolso. Quem pretende aumentar o consumo de pescados durante a Quaresma, vai precisar desembolsar entre 50% e 100% a mais, dependendo do peixe, para levar a mesma quantidade que a carne bovina. O reajuste de preços por causa do aumento da procura (em média de 10%) ainda não aconteceu nas peixarias do Mercado Municipal, mas ninguém descarta a possibilidade de isso acontecer até a Semana Santa, quando o consumo cresce 50%.

Entre as opções mais em conta estão os filés de abrótea e pescada, comercializados por R$ 22 na Distribuidora de Pescados Keli Moser. O filé de tilápia sai por R$ 24. Na Peixaria São José, outra opção acessível é a posta de cação: R$ 22. Mas o consumidor que escolher camarão vai gastar entre R$ 30 e R$ 95 pelo quilo, dependendo do tipo. O mesmo vale para peixes mais nobres, como robalo, a R$ 75 o quilo.

Preços

Cortes nobres de carnes vermelhas custam por volta de R$ 30. Pela última tomada de preços do Disque-Economia, da Secretaria Municipal do Abastecimento, o quilo da picanha, em média, está em R$ 27. Na comparação com aves e cortes suínos, a diferença é ainda maior. Enquanto a bisteca suína está, em média, R$ 10 o quilo, o preço do quilo do peito de frango resfriado sai por menos de R$ 8. “O peixe é uma carne mais cara, mas muito mais saudável. Claro que o preço não pode ser o único critério quando se decide comprar peixe, porque o risco de intoxicação é grande”, recomenda o proprietário da Peixaria São José, Kielvim Alberti.

Congelado não compensa

Segundo Kielvim Alberti, da Peixaria São José, não é vantagem comprar peixes congelados. “Perde em qualidade e sabor e no rendimento, pois um quilo de peixe congelado vira 600 gramas depois de descongelar”.

A banqueteira Dayse França Maciel segue a tradição da Quaresma, mesmo pesando no bolso. “A proteína de um modo geral está cara. Mas o preço do peixe está salgado e precisa de quantidade maior que a carne para deixar todo mundo satisfeito. O segredo para incluir na dieta é fazer render em ensopados e pratos com outros complementos”, sugere.