Consumidor deve estar atento à higiene

Que lance a primeira pedra quem nunca comprou em uma feira ou carrinho de cachorro-quente e recebeu o alimento da mesma mão que pegou seu dinheiro ao pagar. A cena ainda é comum, principalmente entre os ambulantes, mas a falta de higienização entre uma prática e outra pode ser prejudicial à saúde do consumidor.

No dinheiro existem tipos variados de bactérias, fungos e até mesmo vírus.

O alerta é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que através da resolução 216 estabelece normatização específica sobre as boas práticas do manuseio dos alimentos. Enquanto os estabelecimentos comerciais são constantemente avaliados pelos agentes e têm de se adequar às normas, a legislação, porém, ainda não tem vertente específica para feirantes, pipoqueiros e ambulantes. O que não deve continuar por muito tempo, já que a Anvisa trabalha em uma padronização para esse tipo de vendedor. É o que indica o chefe da divisão de Vigilância Sanitária de Alimentos da Secretaria de Saúde do Paraná, Ronaldo Trevisan: "O tema esteve em consulta pública por meio de um edital onde se pedia que as vigilâncias sanitárias estaduais, municipais e todo o público opinassem quanto à normatização".

A previsão, porém, não exclui os cuidados que os vendedores devem tomar.

O dinheiro pode conter microorganismo como as bactérias salmonela e escherichia coli – famosas por causar diarréias agudas -, o staphylococus – presente principalmente na mucosa nasal, também podendo causar diarréia aguda – e até certos tipos de vírus.

Na feira

O feirante Luis Carlos Moraes trabalha há quatro anos em uma barraca de frutas na feirinha da Praça da Ucrânia, em Curitiba, todas as sextas-feiras. Apesar de ter uma pia com água encanada no local, ele confessa que nem sempre toma o cuidado de lavar as mãos depois de pegar no dinheiro. "Quase nunca dá tempo. Só lavo de vez em quando", diz. E o consumidor, que teria o papel de fiscalizar, parece não atentar para isso. Quem confirma é a dona de casa Silmara El Katib, que comprava frutas na barraca enquanto as experimentava. E com as mãos. "Já tem tanto agrotóxico e hormônio que, sinceramente, para mim não faz diferença. Acho que quanto mais a gente exagera, mais doença pega."

Voltar ao topo