A Legião Paranaense do Expedicionário e representantes das Forças Armadas festejam hoje o 58.º aniversário da conquista de Monte Castello, na Itália, pela Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a Segunda Guerra Mundial. As comemorações terão início às 10h, em frente à sede do Museu do Expedicionário, na Rua Ubaldino do Amaral, em Curitiba, com recepção de autoridades e apresentação da tropa, formada por militares representantes do Exército, Aeronáutica e Marinha. Cerca de setenta ex-combatentes são esperados para a ocasião, além de amigos e familiares.
Criado em 1980 com o objetivo de abrigar material histórico da participação da FEB na Segunda Guerra Mundial, como fotografias, mapas, filmes, livros e ilustrações, o Museu do Expedicionário lança, hoje também, a primeira edição do jornal Front, elaborado pela Legião Paranaense do Expedicionário. “O informativo visa atender a muitos estudantes que nos procuram para saber um pouco mais sobre a história do museu e a participação da Força Brasileira na Segunda Guerra”, conta o diretor do Museu do Expedicionário, major Benur Augusto Muniz, que contabiliza cerca de setenta visitas diárias ao museu.
Na primeira edição do jornal, editado em oito páginas, formato tablóide, com capa e contracapa em cores, a coordenadora do Museu Genilda Ullmann traça um perfil do tenente Ernani Vidal, responsável por impulsionar o pelotão da FEB até Monte Castello. João Ângelo Belotto apresenta curiosidades dos ex-combatentes, que batizavam os jipes usados na Segunda Guerra com nomes de esposas e filhos. O jornal ainda traz um histórico sobre a tomada de Monte Castello e homenageia os militares aniversariantes.
Outra novidade é a abertura de uma exposição com trinta reproduções de fotografias e objetos usados durante a batalha em Monte Castello, que ficam em exposição até o dia 8 de abril, de segunda-feira a sexta-feira, das 10h às 17h.
Castelo Branco
A FEB fazia parte do 4.º Corpo do 5.º Exército americano que lutava contra a Alemanha, Itália e Japão na Segunda Guerra Mundial. O Exército brasileiro juntou-se à 10.ª Divisão de Montana, uma tropa de elite especialmente formada para a ocasião, composta por homens americanos acostumados à vida em regiões altas dos EUA. O plano para o ataque foi criado pelo oficial de operações da FEB, o tenente-coronel Humberto de Alencar Castelo Branco, que mais tarde veio a tornar-se o primeiro presidente do Brasil após o golpe militar de 1964.
Sob neve e temperaturas abaixo de vinte graus negativos, a batalha contra o Exército alemão teve início às 5h30. Para isso, os soldados brasileiros chegaram a ter aulas de esqui e ganharam capotes brancos para se camuflar na neve. Doze horas mais tarde, o pelotão brasileiro chegava à crista do Monte Castello. Houve 103 baixas brasileiras naquele dia, entre as quais doze mortos.
Durante os 239 dias de lutas realizadas na Itália, único país para o qual o Brasil enviou suas tropas, 1.542 paranaenses integraram a FEB na época, formada por 25.334 homens. Entre os paranaenses, 28 morreram nos campos de batalha num total de 443 combatentes brasileiros que perderam a vida. Foram afundados 34 navios brasileiros e 22 aviões abatidos.