Concreto volta a ser usado em ruas

Depois de um longo período de pouca utilização, o concreto começa a retomar aos poucos seu espaço como matéria-prima de ruas. O Paraná é um exemplo disso. Segundo o gerente da regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Carlos Roberto Giublin, somente em Curitiba a quantidade de quilômetros de ruas concretadas aumentou vinte vezes nos últimos anos.

"Em toda história, Curitiba só tinha três quilômetros de ruas concretadas. Nos últimos sete anos foram executados trinta quilômetros e outros trinta estão por fazer nas canaletas do projeto do Eixo Metropolitano", revela. Giublin destaca que os 26 quilômetros que dão acesso ao Porto de Paranaguá também estão sendo refeitos com concreto.

Para o gerente, dois pontos foram fundamentais para que o concreto fosse substituído pelo pavimento asfáltico. "Na década de 50, a Petrobras precisava achar utilidade para a sobra do petróleo refinado, que é o asfalto. A empresa chegou até a subsidiar o produto, colocando-o a preço baixo no mercado. Ao mesmo tempo, nessa época começaram a ser construídas grandes barragens. Com isso acabou faltando cimento", lembra.

Durabilidade

Conforme Giublin, a grande diferença entre o concreto e o asfalto é a durabilidade. Segundo ele, o preço dos dois tipos de pavimento é parecido. "Já a durabilidade do asfalto é entre cinco ou seis anos. O concreto dura, no mínimo, vinte anos", compara. Ele explica que nos países desenvolvidos, entre 20% e 25% das rodovias com tráfego mais pesado são de concreto.

Como o concreto vem sendo pouco empregado em estradas há quarenta anos, as construtoras também acabaram abandonando a tecnologia de utilização desse tipo de material. "O investimento é um pouco alto em material e treinamento. Por isso, estamos retomando a atividade, mas precisamos de continuidade", afirma.

Giublin conta que a ABCP vem mantendo conversas com o Ministério dos Transportes e que pretende abrir esse diálogo também com as concessionárias que vencerem a licitação para restauração de 3 mil quilômetros de rodovias brasileiras. O resultado dessa licitação será divulgado no meio do ano que vem. "Quanto à redução da tarifa do pedágio, eu não posso responder por não saber o quanto a manutenção representa nessa tarifa para as concessionárias. O que posso falar é que a manutenção do pavimento de concreto é bem menor que do de asfalto", explica.

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