Comissão vai investigar ação de milícias no Paraná

A Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara dos Deputados virá ao Paraná no próximo mês para investigar as denúncias de que milícias armadas estão agindo contra agricultores. A decisão foi tomada depois que entidades ligadas aos movimentos sociais de luta pela terra afirmaram em audiência pública, em Brasília, que os trabalhadores estão sendo vítimas desses grupos armados. Em menos de seis meses, duas pessoas foram assassinadas e há pelo menos outras sete sendo ameaçadas.

A audiência pública foi realizada no dia 16 de abril e participaram várias organizações, entre elas o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Ong Terra de Direitos, Igreja Anglicana e até policiais federais.

O coordenador da Terra de Diretos, Darci Frigo, disse que a violência no campo é grande, resultado da ação dessas milícias armadas. Ele lembrou a morte do militante do MST e da Via Campesina, Valmir Mota de Oliveira (conhecido como Keno), executado à queima-roupa, em outubro do ano passado. O confronto com o grupo armado deixou ainda outros cinco feridos e ocorreu nas terras da fazenda Syngenta Seeds, que é alvo de invasões dos trabalhadores rurais. Um integrante dessa suposta milícia também foi morto.

O outro caso ocorreu em março deste ano. O líder do MST em Ortigueira, Eli Dallemole, foi assassinado dentro de casa. Além disso, Frigo diz que dias antes da morte do militante, os trabalhadores do acampamento coordenado por Eli foram aterrorizados por pistoleiros. Algumas barracas com os pertences dos trabalhadores foram até queimadas.

O coordenador afirma ainda que há pelo menos sete pessoas ameaçadas de morte no Estado. Sendo três de Cascavel e quatro de Ortigueira. Ele espera na próxima semana a vinda da comissão do Programa Nacional de Proteção dos Defensores dos Direitos Humanos, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, para discutir o problema e conseguir proteção pessoal às pessoas ameaçadas. 

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