Situação ilegal

Comércio em trecho da BR-476 está por um fio

A duplicação de um trecho da BR-476 no perímetro urbano do município de Contenda, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), prevista para o mês de outubro, está dando o que falar.

Embora ela venha a melhorar o tráfego na região, a obra, de 2,7 quilômetros, que se estende do quilômetro 170 até o 173, vai causar um revés para parte da população que possui bancas de venda de produtos de olericultura, frutas, ovos e conservas, que ficam localizadas à beira da rodovia. Os trabalhos que serão realizado pela concessionária Caminhos do Paraná, responsável pelo trecho, preveem a retirada dessas pessoas.

De acordo com o responsável pelo setor de comunicação da concessionária, Jefferson Dittrich, os proprietários dessas barracas encontram-se em situação ilegal e, por isso, deverão sair do espaço.

“Por estarem em situação irregular, os vendedores autônomos já foram notificados extrajudicialmente para que desocupem a faixa de domínio (área de tamanho variável que geralmente tem entre 30 e 60 metros a contar do centro da pista, para cada lado) que pertence à União e foi delegada para a Caminhos do Paraná”, informa.

Dittrich conta que, além de estarem em uma área da qual não poderiam utilizar, a duplicação vai exigir que exista uma área de escape para casos em que ocorram acidentes e também uma reserva para possíveis obras futuras, como viadutos e entroncamentos. “Eles já estavam cientes de que teriam que sair da beira da estrada”, avalia.

Apesar da necessidade da retirada dos vendedores, Dittrich garante que a Caminhos do Paraná está procurando uma saída para o problema. “A concessionária solicitou apoio à Prefeitura de Contenda para disponibilizar um local apropriado aos comerciantes”, diz.

O secretário-geral de Contenda, Rogério Mário Baçoen, diz que a prefeitura está estudando o que fazer com essas pessoas, entretanto não existe nada de concreto. “Uma das saídas que estamos estudando é a construção de um mercado municipal. Contudo, isso é apenas uma ideia”, explica.

Para a proprietária de uma das barracas, Vanessa Lopes, essa situação tem incomodado. Embora ela garanta não ter sido notificada, o temor pela extinção do espaço perturba.

“Se nós sairmos daqui, vamos perder muitos clientes. Eu e meu marido estamos negociando com o dono de um terreno de frente com a rodovia para transferir nosso comércio para esse local, mas caso não dê certo, seremos obrigados a fechar as portas”, lamenta.

A vendedora Marlene do Rocio Barbosa, que possui uma banca há cerca de 30 anos, reclama da situação. “Está muito complicado achar trabalho. Não temos estudo, a roça não dá muito dinheiro e ninguém apresentou uma solução”, afirma.

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