Comec passa decisão sobre tarifas para a Urbs

O presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) Alcindino Bittencourt afirmou ontem que o órgão desistiu de deliberar sobre o preço da tarifa do transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Bittencourt disse que entregou pessoalmente ao presidente da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), Sérgio Tocchio, o documento abrindo mão da prerrogativa de decidir sobre os valores das tarifas.

Segundo o presidente da Comec, a decisão foi tomada na quinta-feira, após reunião com o governador Roberto Requião (PMDB). “Achamos que era melhor tomar essa decisão para não causar uma convulsão social, caso os dois sistemas (Curitiba e Metropolitano) fossem desintegrados, como pretendia o prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL)”, destacou Bittencourt.

Há três meses, Comec e Urbs estão envolvidas num imbróglio sobre o preço da tarifa. Em janeiro, a Urbs divulgou o aumento da passagem de R$ 1,65 para R$ 1,90 para todo Sistema Integrado de Transporte (Sit). Decisão essa que foi contestada pelo prefeito em exercício, Beto Richa (PSDB), que impediu a ação. Depois de muito discutir, a Urbs então resolveu repassar em definitivo o gerenciamento das linhas metropolitanas à Comec, rompendo um convênio que existia entre os dois órgãos. As tarifas de Curitiba passaram a ser de R$ 1,70, administradas pela Urbs. Já na Região Metropolitana o preço continuou a R$1,65, com administração da Comec.

O morador da RMC passou a viver uma situação inusitada. Seguia para o trabalho pagando um preço e voltava pagando outro, utilizando uma mesma linha de ônibus. Alguns dias após, a Comec constatou que teria que rever os preços para poder sustentar financeiramente o sistema. A Coordenação chegou inclusive a divulgar que pretendia criar um vale-transporte diferenciado para a RMC, já que quando o usuário entregava o vale no valor de R$ 1,70 não recebia o troco de R$ 0,05. “Se o sistema fosse desintegrado, 105 mil pessoas que moram na RMC seriam sacrificadas”, afirmou Bittencourt.

Dúvida

A Urbs ainda não decidiu se aceitará ou não gerenciar o transporte coletivo da RMC. A empresa informou que tem conhecimento da decisão da Comec, mas só se posicionará quando for comunicada oficialmente. Até o final da tarde de ontem, o documento que devolve à Urbs a prerrogativa de gerenciar o transporte na RMC não havia sido protocolado.

Na prática, a decisão da Comec, se aceita, significa a unificação das tarifas. Ou seja, os usuários da RMC passariam a pagar o mesmo valor que os curitibanos, que desembolsam hoje R$ 1,70. Anteriormente, a Urbs já havia se manifestado sobre a unificação, mas a condição para que isso acontecesse seria uma tarifa de R$ 1,90.

Voltar ao topo