Ciclistas se aventuram pelo País afora

O paranaense Valdir Pereira, 41, e o gaúcho Jovane Borges Muniz, 25, moram em cidades distintas, exercem profissões diferentes – o primeiro é auxiliar técnico odontológico, e o segundo técnico em refrigeração -, mas ambos se dedicam a um sonho em comum: aventurar-se pelo País em cima de uma bicicleta. Valdir Pereira pedalou 3 mil km de Curitiba a Cerejeira (RO) em 23 dias, entre outubro e novembro. Enquanto isso, o gaúcho Jovane vai tentar uma proeza ainda maior: passar por todos os estados brasileiros sobre a ?magrela?, em uma viagem que deve durar até dois anos.

Jovane partiu de Gravataí (RS) no dia 12 de novembro. Rodou 1,2 mil km até chegar a Curitiba, de onde deve partir para o Pico do Paraná. “Passei por toda a Serra Gaúcha, catarinense, Serra do Mar. A idéia é ir até São Luís (MA) pelo litoral e chegar na Amazônia, no inverno do ano que vem. Depois vou para o interior: Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e finalmente Rio Grande do Sul”, conta.

Na bagagem, Jovane leva ferramentas para a bicicleta, rede, panela, comida e roupas, que somam quase 50 quilos. “Tenho que levar blusa. Peguei um frio de quase 5ºC na Serra Gaúcha”, lembra. A dificuldade maior, porém, não está relacionada às intempéries ou ao peso da bagagem, mas sim à falta de patrocínio. “Estou viajando sem patrocínio. No inverno, costumo proferir palestras nas escolas sobre o meio ambiente e prevenção às drogas, mas no verão não há muito o que fazer”, lamenta. Jovane passa as noites em postos de gasolina ou Corpo de Bombeiros. Em Curitiba, ele está na casa de Valdir Pereira.

Não é apenas o espírito aventureiro que faz Jovane procurar o desafio: ele fez uma promessa, há quase dois anos, que pedalaria por todo o País, se sua saúde melhorasse. O gaúcho colocou pinos na clavícula e na perna direita, resultado de acidentes. “Fiquei quase um ano sem andar”, conta. Ele também é ex-dependente químico e ex-alcoólatra.

200 km/dia

O paranaense Valdir Pereira não fez promessa: queria mesmo era visitar o irmão em Rondônia e aproveitar para conhecer o País. “Viajar de bicicleta não é como viajar de ônibus. É muito melhor, além de fazer bem à saúde”, aponta. Valdir recebeu R$ 1 mil de patrocínio da Secretaria Municipal de Esportes – para equipar a bicicleta, comprar o capacete e outros aparatos – e desembolsou outros R$ 500,00. “As maiores dificuldades foram a chuva e o clima quente”, conta. Valdir se hospedava em hotéis, a um custo entre R$ 5,00 e R$ 13,00, ou em casas abandonadas, postos e casas de família. Pedalava entre 110 e 130 quilômetros por dia, mas chegou a 200 quando já estava quase no final da aventura. “Já estou planejando outra viagem para março”, conta.

Serviço – Quem tiver interesse em patrocinar o ciclista Jovane Muniz, o telefone para contato é o (51) 490-3097. E-mail: jovanemuniz@bol.com.br

Voltar ao topo