Ciclistas se arriscam no trânsito curitibano

Todos os dias, é grande o número de ciclistas que se arrisca em meio ao trânsito da capital paranaense. Segundo o BPTran (Batalhão de Polícia de Trânsito), no ano passado foram registrados 441 acidentes envolvendo ciclistas em Curitiba. Em 411, houve feridos.

O tenente do BPTran, Cristiano Oliveira, diz que um dos principais erros cometidos pelos ciclistas é transitar pelas canaletas de ônibus, o que não é regulamentado pelo Código de Trânsito Brasileiro. A atitude pode resultar em atropelamentos dos ciclistas pelos ônibus ou mesmo de pedestres pelos ciclistas. ?Além de andar nas canaletas, muitas pessoas de bicicleta são vistas pegando carona nos ônibus. Elas se agarram na parte traseira dos veículos e deixam que os mesmos as levem. Os motoristas dos ônibus não têm muito como cuidar dos ciclistas que estão agarrados aos veículos. Por isso, os caroneiros colocam a própria vida em grande risco.?

Cristiano alerta que os ciclistas devem andar nas ciclovias. Quando não há, devem transitar na rua, nas proximidades dos meio-fios e nunca entre os carros. ?O grande problema é a imprudência dos ciclistas. Muitos costumam fazer zigue-zague com a bicicleta ou andar de um lado a outro da pista a todo momento?.

Também são poucos os ciclistas que utilizam equipamentos de segurança em suas bicicletas, como espelhos retrovisores, buzinas e refletores, e de proteção individual, como capacetes e joelheiras. Para a grande maioria das irregularidades, são previstas multas e apreensão da bicicleta. Porém, as punições são consideradas difíceis de serem colocadas em prática. ?É muito difícil, por exemplo, multar uma bicicleta, pois ela não tem placa como os carros. Para minimizar o número de acidentes, procuramos desenvolver campanhas educativas.?

Ciclistas

Ciclistas que transitam pelas ruas de Curitiba parecem não se importar em estar em desacordo com o Código de Trânsito. Diariamente, o mecânico de bicicletas Marcelo Elias Grabowski percorre cerca de 26 quilômetros para chegar ao trabalho, porém assume que não utiliza equipamentos de proteção em sua própria bicicleta. ?Não acredito na eficiência de refletores e espelhos retrovisores. Acho que não adianta nada os ciclistas utilizarem estes equipamentos se os motoristas não os respeitam. Estou cansado de ser fechado por carros, de me deparar com motoristas que não utilizam a buzina para alertar os ciclistas sobre sua presença e que furam o sinal vermelho, sem se preocuparem se está vindo alguém de bicicleta?, afirma.

O lavador de motos André Luiz Brazetti, que também utiliza a bicicleta como principal meio de transporte, confessa que costuma transitar pelas canaletas e acredita que andar em meio aos veículos de transporte coletivo é ?mais tranqüilo? do que em meio aos carros.

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