Chocolates para cachorros vendem bem nesta Páscoa

Nesta Páscoa, não são apenas as empresas fabricantes de chocolates convencionais que estão animadas com o aumento de vendas. Em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, a Vip Dog, que produz chocolates especiais para cães, tem observado, ao longo das últimas semanas, um aumento de 30% na procura por seus produtos.

A empresa paranaense foi inaugurada no ano de 2002 e está entre as poucas fábricas brasileiras a produzir chocolates para cachorros. Seu criador é o engenheiro de alimentos Julius Erwin Kaeser, que durante boa parte da vida trabalhou no ramo de chocolates convencionais e sempre sonhou fazer alimentos semelhantes voltados ao mercado de pet shops.

"Meu pai tinha uma fábrica de chocolates em Blumenau (SC) e eu comecei minha carreira profissional trabalhando com ele. Depois, fui contratado por outras fabricantes de chocolates e, durante viagens de trabalho a países da Europa, soube que existiam chocolates voltados a cães e que os produtos eram bastante populares. Na época, não havia nada parecido no Brasil e eu comecei a alimentar a idéia de fazer algo semelhante por aqui", lembra.

Julius começou a colocar seu sonho em prática depois que se aposentou. Começou a procurar por receitas de alimentos voltados a cães e a buscar auxílio de médicos veterinários. "Quando a Vip Dog foi inaugurada, eu comercializava apenas uma barra de chocolate preto de 30 gramas, mas o produto não tinha boa saída e inicialmente eu não entendia o porquê."

Após algumas pesquisas em pet shops e consultas a consumidores, o engenheiro chegou à conclusão de que o tamanho do chocolate não era o ideal, pois os cães não conseguiam ingeri-lo de uma única vez e faziam muita sujeira ao saboreá-lo, gerando transtornos aos proprietários. "Com base nesse dado, passei a comercializar o chocolate em tamanho menor (apenas 4 gramas) e em formato de ossinho. A partir daí, o produto começou a conquistar os consumidores e a procura a ser cada vez maior."

Atualmente, além do chocolate preto, a fábrica produz chocolate branco e bombons de wafer e crocante, que são vendidos em caixas com dez unidades e com preço médio variando de R$ 5,00 a R$ 6,00. Nas proximidades da Páscoa, também é produzido chocolate preto em formato de ovinho, que é quase idêntico aos ovinhos de chocolate geralmente colocados em cestinhas de crianças.

"Mensalmente, nossa produção varia de 500 a 800 quilos de chocolate, o que representa cerca de 50% de nossa capacidade. Do total, apenas 5% fica no Paraná (onde, de acordo com o Conselho Regional de Medicina Veterinária -CRMV, existem cerca de 3.877 pet shops cadastrados, sendo 568 só na capital). 50% vai para São Paulo, onde existem aproximadamente 4 mil pet shops; 35% para o Rio de Janeiro; 5% para Minas Gerais e os outros 5% para alguns estados das regiões Norte e Nordeste."

Parecidos

Cor e cheiro dos chocolates fabricados para cães são muito semelhantes aos fabricados para seres humanos. Entretanto, os produtos fabricados para animais costumam ter uma composição especial, geralmente menos gordurosa e voltada à manutenção da saúde e do bem-estar dos bichinhos. Na Vip Dog, todos os chocolates produzidos não contêm açúcar nem cacau. Os produtos são adoçados com frutose e aspartame.

Nunca deve ser dado chocolate convencional aos cães. No entanto, Julius diz que os chocolates para cães não resultam em mal algum se forem consumidos acidentalmente por humanos.

Novidades atraem donos de animais aos pet shops

Embora a variedade de produtos pascais nos pet shops seja menor do que no Natal, existem até cestinhas de guloseimas para cães. Porém os proprietários dos estabelecimentos confirmam que os campeões de vendas são mesmo os chocolates. Muita gente pode até não se interessar em comprar uma caixa inteira de bombons para seus bichinhos, mas a maioria das pessoas costuma não resistir em levar pelo menos uma unidade de chocolate para saber qual será a reação de seu animal.

"Atualmente, os animais de estimação são encarados como integrantes da família. Muita gente os cria como verdadeiros filhos. Desta forma, querem que eles, assim como as crianças, recebam pequenos agrados nas datas festivas", comenta o proprietário do pet shop Au Au Etc e Tau, localizado na Rua Saldanha Marinho, Ricardo Mancia.

O empresário conta que soube da existência de produtos de Páscoa para animais nos Estados Unidos e, embora esteja trabalhando no ramo de pet shops há pouco tempo, acredita que o sucesso das guloseimas ainda vá se repetir por aqui. "Nos Estados Unidos é uma loucura. Lá tem chocolate de tudo que é jeito e as pessoas gastam muito mais com animais. Aqui no Brasil, os chocolates ainda são novidade, mas acredito que em breve devem fazer o mesmo sucesso, sendo que a procura já tem sido bastante significativa", afirma.

A médica veterinária e dona do pet Doggies.com, na Rua Coronel Dulcídio, Ana Beatriz Solder da Silva, também atesta que a busca pelos produtos tem sido grande. Em sua loja, ela tem, além de cestinhas, ovinhos e bombons, embalagens de presentes em formato de cenouras, ossinhos revestidos com chocolate e potes especiais com temática de Páscoa.

"Neste ano, também está agradando muito aos consumidores um capuz de coelhinho para ser colocado na cabeça dos cães. Geralmente as pessoas o compram para fazer fotos engraçadinhas dos animais. Os capuzes ficam em exposição na loja e têm bastante saída. Custam entre R$ 17,00 e R$ 20,00, dependendo do tamanho", esclarece Ana. (CV)

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