Centenário do Instituto de Identificação do Paraná

Há exatos 100 anos, no dia 13 de abril de 1905, era inaugurado em Curitiba o Gabinete de Identificação e Estatística, que em 1907 se transformaria no Instituto de Identificação do Paraná (IIPR). ?Na época, identificar as pessoas era uma questão policial?, conta Vera Lúcia Haut, papiloscopista encarregada de organizar uma exposição em comemoração ao aniversário do órgão. Não à toa, o primeiro identificado no recém-criado gabinete, que ficava nas dependências do Serviço Médico Legal do Paraná, foi João Modesto Camargo, um criminoso paulista capturado nas bandas de cá.

Junto com o Gabinete chegava ao Estado uma novidade para identificação criada em Paris. Chamava-se sistema antropométrico. No caso do bandido paulista, além do datiloscópio de Vucetich, onde se tirava digitais dos dez dedos da mão, similar ao que acontece hoje, tirou-se medidas, em milímetros, de várias partes do seu corpo: diâmetro da cabeça, comprimento da orelha direita, comprimento do pé esquerdo, estatura, envergadura. Além disso, os técnicos policiais deveriam descrever o formato do nariz, lábios, orelhas e marcas como tatuagens e cicatrizes. A tudo isso se juntava uma foto.

Vera esclarece que, como era um sistema dirigido para controle policial, as pessoas tinham um preconceito e não queriam fazer carteiras de identificação quando o Estado assim ordenou, principalmente a fim de ter mais controle nas eleições. ?Inicialmente foram documentados funcionários públicos e militares, mas apenas porque o governo federal obrigou?, conta.

O que faz

Atualmente o IIPR é responsável pela identificação criminal e civil. No local são centralizadas as informações criminais do Paraná e de outros estados, disponibilizadas às autoridades policiais e judiciárias. Além disso, é responsável por expedir todas as carteiras de identidade, identifica cadáveres, fornece atestados de antecedentes criminais e faz laudos papiloscópicos (identificação através de vestígios humanos).

?Agora o IIPR também é responsável pelos retratos falados da polícia?, conta Vera.

Exposição

A partir de sexta-feira, no hall de entrada da Biblioteca Pública do Paraná (Rua Cândido Lopes, 133 – Centro), começa a exposição para comemorar os 100 anos do Instituto de Identificação do Paraná. No local ficarão expostos painéis que contarão a evolução da identificação e a história do órgão e uma exposição com carteiras do início do século passado.

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