Carnaval e viagens ampliam riscos de dengue no Estado

A chegada do Carnaval e o aumento expressivo do número de pessoas que viajam nesta época preocupam a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O problema é a ?importação? e a ?exportação? dos casos de dengue. Em todo o Paraná, já são 493 casos da doença confirmados: 102 foram importados de outros estados e 391 adquiridos aqui (casos autóctones). Dos 60 municípios do Paraná onde já foram registrados focos de dengue e infestação do mosquito Aedes aegypti, 38 têm casos apenas importados e outros 22 possuem autóctones em maior quantidade. E, para aumentar a preocupação, moradores de algumas cidades, como Foz do Iguaçu – onde há 35 casos de dengue confirmados – têm contato com o estado do Mato Grosso do Sul, campeão em dengue no Brasil: a região concentra 70% dos casos da doença no País.

O consultor do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Glauco José de Souza Oliveira, explicou que há várias situações que podem acontecer quando se trata de ?importar? ou ?exportar? a dengue. Em todas, a preocupação maior é com a abertura de novas epidemias. Uma delas é o caso de uma pessoa que vive em uma cidade com casos de dengue, viaja e leva a doença para outro local. Chegando a um município com infestação do mosquito, a pessoa está sujeita a ser picada novamente e, então, poderá adquirir a doença da forma mais grave. ?Existem quatro sorotipos da dengue. Quando a pessoa é picada, ela fica imune por um tempo. Porém, quando ela é picada novamente, pode adquirir uma dengue hemorrágica, a forma mais grave?, explicou Oliveira. Se no local não existir a doença, apenas infestação do município, Oliveira explica que nem sempre o mosquito está infectado e poderá acontecer uma abertura de epidemia. ?Dessa forma, o mosquito poderá picá-la e adquirir a doença e, então, espalhar pelo local?, disse.

De acordo com a Sesa, pode-se considerar que já há uma epidemia de dengue em alguns municípios, como em Ubiratã (norte do Estado), onde foram confirmados 233 casos da doença e outros 545 foram notificados e aguardam confirmação. Em Santa Helena, no oeste, há 74 pessoas com a doença e outras 248 fizeram exames, cujo resultado ainda não saiu. Segundo Oliveira, são lugares com índices de infestação acima do normal e que possuem um risco muito grande de disseminação. Em Santa Helena, por exemplo, é comum que grande quantidade de turistas passe o Carnaval, já que há praias artificiais no município.

Reforço

Por conta desse vai e vem que pode ocorrer, principalmente em um feriadão, a Sesa reforçou a vigilância. Sem falar que esta é a época mais propícia para o desenvolvimento do mosquito, explica Oliveira, pois alia-se calor e chuva. Na tentativa de orientar a população, grupos técnicos foram montados em vários municípios. Os principais conselhos são: evitar água parada em vasos, pneus e descartáveis e procurar um médico assim que os sintomas aparecerem, como dores fortes no corpo, febre alta e dor de cabeça (especialmente na região dos olhos). ?A dengue é uma doença cíclica e a possibilidade de termos grandes epidemias é grande. Elas ocorrem geralmente de dois a quatro anos, e a última foi em 2003?, alertou. No Paraná foram confirmados cerca de dez mil casos de dengue em 2003. Em 2006 e 2007 não foram detectados casos de dengue hemorrágica no Estado.

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