Capital paranaense ganha central antidrogas

Curitiba ganhou ontem mais um instrumento para combater a criminalidade. A Central de Inteligência Antidrogas, da recém-criada Secretaria Municipal Antidrogas, vai fazer um mapeamento do problema em toda cidade utilizando o mesmo software da Polícia Federal.

Esse banco de dados também será formado por informações qualificadas. Mais de dois mil líderes comunitários foram capacitados em todo o município para ser um olheiro no combate ao tráfico.

Segundo o secretário Fernando Francischini, o software é usado pela PF em todo o País e Curitiba será a primeira cidade a utilizar um similar. O projeto foi batizado de Salomão – aquele que tudo vê – e concentra informações sobre todas as ocorrências sociais atendidas pelo município.

É possível localizar os lugares através de fotos e imagens aéreas, além de fazer gráficos apontando os tipos de ocorrências mais comuns e quais dias acontecem, por exemplo. ?Acabou o empirismo. As políticas sociais serão implantadas por meio de dados concretos?, disse Francischini.

Mas não é só isso: com a ajuda do software também será possível fazer denúncias sobre o tráfico de drogas. Hoje opera no Estado o disque denúncia 181. A diferença é que com o novo sistema as pessoas que irão fazer as denúncias são líderes comunitários que passaram por um processo de capacitação. Dessa forma, os operadores vão trabalhar com informações reais. O disque denúncia acaba recebendo muitos trotes.

A central de inteligência também garante o sigilo. As pessoas que participarão do projeto terão uma senha de acesso e nem os operadores do sistema saberão quem está fazendo a denúncia. Cerca de 300 pessoas em cada uma das oito regionais da Prefeitura compõem a rede.

Outra novidade é como essas informações serão utilizadas. Guardas municipais estão sendo treinados por policiais federais. Eles farão um trabalho de investigação e vão elaborar documentos sobre as pessoas denunciadas.

Como a Prefeitura não tem poder de polícia, as informações serão encaminhadas para as autoridades competentes, como as polícias Civil, Militar e Federal. Caberá a eles dar prosseguimento às investigações e prisão de envolvidos.

Para garantir a continuidade do projeto, Francischini diz que está propondo ao Ministério Público Estadual (MPE) um convênio para que a instituição fiscalize todo o trabalho. Eles terão uma senha master e terão acesso online a tudo o que está sendo gerado. Dessa forma, vão garantir a transparência do trabalho, além de verificar se os órgãos competentes estão usando as informações para resolver os crimes. 

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