Campanha de castração vai até o dia 30

A artesã Gilda Josepetti, de 38 anos, chegou cedo ontem à Clínica Veterinária São Francisco de Assis, no centro da cidade. Ela trazia cinco cadelas, as primeiras agendadas na Campanha de Castração de Cães organizada pela Prefeitura de Curitiba, que oferece a cirurgia em clínicas cadastradas a preços inferiores aos de tabela.

“Fiz pesquisa de preços e teria de desembolsar R$ 1,5 mil para castrá-las. Agora vou gastar cerca de R$ 300”, contou Gilda, que há um ano começou a recolher cachorros que encontrava abandonados nas ruas de Curitiba. Hoje Gilda tem doze cães – sete fêmeas e cinco machos.

Como Gilda, muitos outros donos de cães estão aproveitando a campanha. No Hospital Veterinário São Bernardo, no Cabral, foram feitas três cirurgias nesta terça. Na Doctor Vet, no São Lourenço, outros dois animais passaram por cirurgia. Realizada pelo terceiro ano consecutivo, a campanha é dirigida a famílias com renda de até cinco salários mínimos. O objetivo é controlar o número de cães nas ruas e evitar a transmissão de doenças. A população canina em Curitiba está estimada em 240 mil animais.

As cirurgias serão ofertadas até 30 de setembro e podem ser agendadas em uma das 22 clínicas veterinárias integradas à campanha.

A tabela proposta é a seguinte: cão pequeno/médio (até 20 kg): R$ 45; cão grande/gigante (a partir de 21 kg): R$ 55; cadela pequena (até 10 kg): R$ 60; cadela média (de 11 a 20 kg): R$ 70; cadela grande (de 21 a 30 kg): R$ 80; cadela gigante (a partir de 31 kg): R$ 90. Pela tabela referencial da Associação de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, o preço da cirurgia varia de R$ 100 a R$ 450.

A Campanha de Castração é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Curitiba, o Conselho Regional de Medicina Veterinária e a Associação de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais. A cirurgia é simples e a recuperação, rápida. Dependendo do caso, o animal volta para casa no mesmo dia.

“A meta é reduzir o número de cães abandonados pelas ruas, evitando assim o risco de doenças”, explica a coordenadora de Zoonoses e Vetores, bióloga Maria Elizabete Ferraz. Segundo a bióloga, 80 tipos de doenças podem ser transmitidas ao homem por animais, como raiva, leptospirose, verminoses e dermatites.

A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) está alertando os governos sobre a ameaça de um acentuado aumento da população de cachorros nas ruas. Estima-se que o mundo tenha hoje cerca de 600 milhões de cães e o número deve dobrar em dez anos. A preocupação da OMS foi apresentada na semana passada, no Rio de Janeiro, no primeiro encontro para discutir o impacto na saúde pública da superpopulação canina. O principal alerta da OMS é sobre a possível volta da raiva.

Além das doenças, há o risco das agressões. No ano passado, o serviço de zoonoses de Curitiba registrou perto de 9 mil mordeduras, causadas por cães de ruas e animais domiciliares (64% dos casos). “Omitir-se diante desse quadro é um crime contra a saúde pública”, diz o secretário municipal da Saúde, Michele Caputo Neto. Informações podem ser obtidas em unidades de saúde ou na Coordenação de Controle de Zoonoses e Vetores (296-1616).

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