Cambé quer reduzir número de pombos

A Prefeitura de Cambé, cidade vizinha a Londrina, vai começar uma campanha de orientação à população para tentar diminuir a quantidade de aves na cidade. A Vigilância Sanitária Municipal está investigando duas mortes que podem ter ocorrido em função da histoplasmose, doença adquirida através das fezes dos pombos.

O norte do Estado sofre há bastante tempo com o superpovoamento de pombos. Londrina já chegou a cogitar a possibilidade de sacrificá-los. ?Tivemos conhecimento de dois casos de mortes. Como é uma doença rara e não é de notificação obrigatória, não sabemos se foi esta mesmo a causa?, explicou a secretária de Saúde de Cambé, Meiri Cristina Sakuma Nakagawa.

A Prefeitura pretende lançar folhetos educativos incentivando que as pessoas mantenham os quintais limpos, retirem ninhos e evitem que os pombos entrem nas casas. A campanha deve se estender para a zona rural, onde as aves são atraídas por sobras de grãos. ?Eliminar o alimento dos pombos é uma forma de controle?, afirmou a secretária.

O médico veterinário da divisão de zoonoses da Secretaria de Estado da Saúde, Paulo Guerra, explicou que todos os tipos de aves podem passar esse tipo de doença e que a melhor forma de prevenção é a higiene. As fezes dos pombos podem causar histoplasmose, ornitose, criptococose, todas doenças respiratórias graves. Ela é transmitida por um fungo, que fica no ar. O médico veterinário defende, com base em estudos de especialistas, que a transmissão pelo excesso de pombos em vias públicas é improvável, pois as fezes são bastante espalhadas e eliminadas rapidamente por intempéries. ?Só se a pessoa tiver a imunidade muito baixa?, explicou.

Segundo ele, foi feito um levantamento de 2003 a 2005 dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). ?Encontramos 159 casos de dois dos três tipos de doenças, com 19 óbitos, no Paraná. Mas nenhum desses casos foi investigado?, afirmou Guerra. O médico-veterinário também ressaltou que o mais importante é trabalhar a questão da limpeza pública. ?Não é problema de saúde pública, mas de limpeza para evitar o acesso das aves à comida?, explicou.

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