Búfalos desmatam e poluem no litoral

No distrito de Tagaçaba de Cima, no caminho que leva a Guaraqueçaba, a cerca de seis quilômetros na serra do mar, seguindo o leito do Rio Tagaçaba, uma criação de búfalos tem causado danos ao meio ambiente. Além de as margens do rio estarem desmatadas, servindo de pasto, ao entrarem para se banhar, os animais poluem a água. A denúncia foi feita esta semana pelo curitibano Marcos Rocha, que esteve na região a turismo, no último feriado da Independência.

Indignado, Marcos conta que a região é muito bonita. Não apenas o rio, mas o passeio mata a dentro. Quase chegando à beira da BR-116, fica a nascente do Rio Tagaçaba, bastante utilizado para pesca e lazer. Marcos tem parentes em Tagaçaba e, sempre que os visita, fazem essa caminhada seguindo o rio. No entanto, nessa última vez em que esteve na região, se deparou com os problemas. ?Há uma fazenda com criação de búfalo. O que chama a atenção é que não há uma cerca. Os animais ficam soltos e cruzam o rio. A mata ciliar foi toda desmatada para pasto. Como esta fazenda é o primeiro morador, em localização desde a nascente, a poluição acaba sendo levada a todo rio, até encontrar com o mar. O rio está sendo destruído?, lamenta Marcos.

Como explica o engenheiro agrônomo Eros Ferreira, da ong Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), atuante no litoral, a área em questão é muito especial por ser a última fronteira de mata atlântica do País. Segundo ele, a fazenda citada na denúncia não é a única a trabalhar com a criação de búfalos na região. ?Entre os problemas que essa criação ocasiona estão as modificações na flora, a compactabilização do solo, a erosão, o assoreamento e a poluição causados pelo animal. Os búfalos suportam menos o calor e necessitam do banho de lama, por isso utilizam a água para se proteger?, explica o agrônomo.

Durante dois dias a Associação de Bubalinocultores do Paraná (Abupar) foi procurada, mas não havia ninguém no escritório. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente afirma que não tem conhecimento do problema. No entanto, uma equipe do escritório do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) no litoral será deslocada para verificar a denúncia. O escritório regional do Ibama e da Polícia Ambiental também prometeram verificar a situação. Ontem eles tentaram chegar ao local, mas não encontraram. Na próxima semana uma nova busca deve ser feita.

Voltar ao topo