BR-476 é bloqueada pela segunda vez

Mal o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) liberou o quilômetro 23 da BR-476 (Estrada da Ribeira), afirmando não haver risco de novos deslizamentos, um outro barranco cedeu, por volta das 5h45 de ontem, e terra, pedras e árvores novamente bloquearam a via.

Funcionários do Hotel Fazenda Rio das Pedras, localizado na altura do quilômetro 62, em Tunas do Paraná, avisaram o Corpo de Bombeiros sobre a queda do barranco. Foi ali o maior dos onze deslizamentos ocorridos durante a madrugada e que impediu totalmente a passagem de veículos. A Polícia Rodoviária Federal também foi avisada e o tráfego no local foi controlado. A fila de caminhões era enorme dos dois lados: tanto de Tunas do Paraná sentido Bocaiúva do Sul, como no sentido oposto.

Quando o barranco despencou, atingiu o caminhão de Ademir Crocetti, que ia carregado de Bocaiúva ao estado de São Paulo. Não houve danos materiais, mas o susto foi grande. "Primeiro, um ônibus tentou passar, deslizou e ficou encalhado na terra. Quando eu cheguei perto, vi e já voltei para trás correndo. Foi quando vi que estava caindo mais. Graças a Deus só caiu árvore no meu caminhão. Foi um susto muito grande", afirma o motorista.

Os demais motoristas, que esperavam desde às 6h as máquinas da J. Malucelli chegarem para desobstruir a pista, estavam indignados e comentavam sobre outros pontos próximos que começavam a cair. "Começa assim, olhe (apontavam os motoristas para os barrancos), e quando você vê, vem tudo para baixo", comentavam.

Entre Bocaiúva e Tunas, haviam pelo menos outros onze pontos recém-desmoronados e que obstruíam meia pista. Apenas dois deles e o maior, do quilômetro 62, estavam sinalizados com galhos na estrada. As máquinas de limpeza só chegaram ao local por volta das 11h50.

O DNIT informou por meio de nota oficial que no início da tarde a estrada foi liberada, em meia pista, entre os quilômetros 85 e 94, próximos a Bocaiúva do Sul. Segundo o DNIT, ocorreram ao todo nove pequenos deslizamentos.

Equipes do DNIT e da Construtora J. Malucelli trabalharam durante toda a tarde para retirar o material que caiu sobre a estrada. Dessa vez, a queda de barreira não provocou qualquer dano na pista ou nos canais de drenagem. Segundo o engenheiro Ronaldo de Almeida Jares, responsável do DNIT pela manutenção do trecho, todos os deslizamentos somam cerca de cinco mil metros cúbicos de terra sobre a pista. A previsão do DNIT é que o tráfego esteja totalmente normalizado hoje.

De acordo com Jares, os últimos deslizamentos de barreiras naquele trecho ocorreram dez anos atrás, também por excesso de chuvas. "As chuvas deste ano naquela região batem recordes históricos", assegura Jares.

O DNIT avaliou como pequenos os desmoronamentos ocorridos na última madrugada, se comparados ao ocorrido no último dia 18, no quilômetro 23, próximo a Adrianópolis. 

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