Bomba fere professora em escola de Maringá

Atos de violência em escolas estão sendo constantes no início do ano letivo no Paraná. Dessa vez, uma professora do Colégio Estadual Presidente Kennedy, em Maringá, foi ferida por uma bomba enquanto dava aula, na noite da última terça-feira. A bomba foi atirada, por volta das 22h30, pela janela da sala, provocando queimaduras leves na professora Heidi Donadil, que não precisou ser levada ao hospital. Nenhum aluno se feriu.

O diretor do colégio, professor Anísio Osmani Amaral, falou que o estrago poderia ter sido maior. "Por sorte se tratava de um artefato que deve ter sido comprado em uma loja de fogos de artifício", conta. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a autoria do crime.

O diretor informou que o indivíduo que atirou a bomba entrou na escola através de um buraco num muro, que teve parte da estrutura derrubada pela chuva em abril do ano passado. "Já informamos diversas vezes o Núcleo Regional de Educação, mas sempre nos informam que a verba para a reconstrução do muro está para sair?, relata o diretor. Amaral disse que, do jeito que está, a escola fica totalmente desguarnecida contra a entrada de estranhos. "Já ocorreram três assaltos desde a queda do muro. Levaram computadores, um vídeo e até a antena parabólica", conta. Ele afirmou que os professores do colégio entregaram um abaixo-assinado em fevereiro denunciando a situação ao núcleo, mas ainda nenhuma providência foi tomada.

Histórico

Esse é o sexto caso de violência em área escolar no Estado nas últimas semanas. No dia 17 de fevereiro, quatro jovens foram baleados em frente a uma escola de Cascavel. Dois deles morreram. No dia 22, um motorista atropelou dois meninos na saída do colégio, um de oito e outro de cinco anos. O mais velho morreu no local. Um dia depois, um rapaz ficou cego depois que uma bomba que pretendia lançar no pátio de um colégio, em Sarandi, explodiu nas suas mãos. Na última quinta-feira, uma estudante foi perseguida por dois rapazes e baleada nas costas, em Almirante Tamandaré. Ela está internada em estado grave em Curitiba, correndo risco de ficar paraplégica. No dia 25, dois adolescentes foram baleados na saída de um colégio em Castro. Um deles está internado em Ponta Grossa.

Para a assessora do Programa Paz e Segurança nas Escolas da Secretaria de Estado de Educação (Seed), Sheyla Costa, além da repressão, é importante descobrir o que esses atos contra as escolas significam para os autores. "Combater a violência está a cargo da Secretaria de Segurança Pública. O Seed quer entender por que esses jovens estão indo contra a escola, principalmente no caso das bombas, já que, até pouco tempo, esses eram espaços privilegiados", aponta. "Somente assim poderemos desenvolver políticas eficientes para eliminar a violência em nossas escolas". 

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