Autorizada reintegração da Fazenda Três Pontos

A juíza da Comarca de Matelândia, Patrícia de Lima, deferiu ontem o pedido de reintegração de posse feito pelo proprietário da Fazenda Agropecuária Três Pontos, César Cabral, que foi invadida na última terça-feira por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Diamante do Oeste. Até o final da tarde de ontem, a Secretaria Estadual de Segurança Pública não havia recebido a ordem para a reintegração.

O pedido de reintegração foi feito na última quarta-feira. O proprietário da fazenda chegou a classificar a invasão do MST como surreal, já que a fazenda é produtiva e emprega seis famílias. Segundo ele, na área existem 1.700 cabeças de gado, 150 ovelhas e 25 vacas leiteiras, além de 120 alqueires plantados com milho e feijão, e a produção familiar de milho, mandioca e criação de porcos e galinhas.

Ele afirma que já acumulou muito prejuízo. Diz que retirou 300 cabeças de gado e teve que alugar um pasto. Terá que desembolsar R$ 12,00 por cabeça, totalizando no fim do mês um prejuízo de R$ 3.600. ?Se tivesse retirado todo o gado, a despesa chegaria a R$ 20 mil?, diz. Mas a situação ainda pode piorar. Daqui a 25 dias a soja e o milho devem estar prontos para a colheita e Cabral teme não poder entrar na área.

Na próxima semana, ele tem um encontro com o chefe da Divisão de Obtenção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cascavel, Nilton Bezerra Gudes, para discutir a negociação da área. Cabral diz que pode vender a área se o órgão oferecer um preço justo. O Incra informou que existe a intenção de compra da área. Segundo o MST, a invasão feita por cerca de 500 famílias é uma forma de pressionar o Incra para que agilize o processo de reforma agrária. As famílias esperam há dois anos acampadas em cidades da região: Matelândia, Missal e Santa Helena.

Regularização

O governador Roberto Requião enviou para a Assembléia Legislativa anteprojeto de lei para doação, ao Incra, da Fazenda Bom Retiro, que possui 1.303 hectares de área, no município de Mangueirinha, no sudoeste do Paraná. A fazenda era de propriedade da empresa Trombini Florestal, que repassou a área para o Estado em troca da quitação de tributos atrasados. A fazenda encontra-se ocupada desde 1992 por famílias do MST. Desde então, o assentamento ficou em situação irregular, gerando dificuldades de financiamento para as famílias que vivem na área.

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