A proposta de substituição das atuais sacolinhas de supermercado por outras consideradas ecologicamente corretas continua gerando polêmica. Ontem, o assunto foi colocado em discussão em audiência pública realizada no plenário da Assembléia Legislativa (AL) do Paraná, em Curitiba. Atualmente, estão em trâmite na Casa dois projetos de lei que instituem o uso das sacolas oxi-biodegradáveis no Estado. Porém, ainda existem diversas dúvidas sobre o assunto.
?A discussão de hoje (ontem) visa dar subsídios para que os deputados possam votar com tranqüilidade?, disse o presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da AL, deputado estadual Luiz Eduardo Cheida.
Segundo o especialista em polímeros e plásticos oxi-biodegradáveis Telmo Ojeda, considerado uma das maiores autoridades brasileiras no assunto, os produtos oxi-biodegradáveis já estão consolidados em diversos países do mundo e têm uma série de vantagens sobre o plástico comum. Contrariando declarações recentes de diversos integrantes da indústria petroquímica, ele afirma que não há indícios de que os materiais oxi-biodegradáveis gerem efeitos prejudiciais ao meio ambiente e o que acontece é justamente o contrário. ?Enquanto as sacolinhas oxi-biodegradáveis se degradam 50% em um único ano, as comuns se degradam 0,5% ao ano, sendo bem mais poluentes. A adoção das sacolas ecologicamente corretas costuma ser mais cara para os comerciantes, porém, acho que isso poderia ser resolvido com o apoio do poder público?, comentou.
Na opinião do secretário de Estado do Meio Ambiente do Paraná, Rasca Rodrigues, o novo modelo de sacolinhas que está sendo proposto também é vantajoso. Entretanto, além de regulamentar a adoção do mesmo, é preciso criar na população uma maior cultura de conservação da natureza.