Aterro da Caximba polui mesmo fechado

A vida útil do aterro da Caximba, que recebe diariamente 2,4 mil toneladas de lixo de Curitiba e Região Metropolitana, termina no fim do ano que vem. Mas, mesmo fora de uso, deve permanecer por até 30 anos jogando gases poluentes na atmosfera, decorrentes da decomposição de materiais orgânicos. O mesmo problema se repete em outros aterros espalhados pelo País. O aproveitamento do metano – que equivale a 50% desses gases – como insumo energético foi uma das soluções apresentadas ontem no III Seminário sobre Meio Ambiente, promovido pela Câmara Brasil Alemanha e o Grupo de Intercâmbio e Experiências em Meio Ambiente, na capital.

A questão do lixo ainda está longe de ser resolvida no Estado. Em 148 municípios paranaenses, onde vive cerca de 30% da população – cerca de 3,1 milhões de pessoas -, o material vai para os chamados lixões e não recebe nenhum tipo de tratamento. O restante vai para aterros sanitários. Embora agridam bem menos o meio ambiente, eles ainda representam problemas, já que jogam toneladas de gases poluentes na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.

A mestre em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Adriana Duarte, explica que esse gás é um insumo energético e poderia ser aproveitado para vários fins, como gerar energia elétrica, ser usado para tratar o chorume gerado pelo próprio aterro ou até para substituir o gás GLP. Ela explica que empresas siderúrgicas no exterior já usam o metano proveniente de aterros devido ao seu alto potencial calorífico.

Além disso, o Brasil também poderia se beneficiar com a venda de créditos de carbono. Cada tonelada de metano que deixa de ir para a atmosfera equivale à redução da emissão de 21 toneladas de dióxido de carbono. A Prefeitura de Curitiba está preparando um edital de licitação para escolher uma empresa que vai beneficiar o gás gerado pelo aterro, depois que ele for desativado.

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