Atenção na hora de soltar fogos de artifício

Festa e perigo. Estes dois termos tão distintos ficam muito próximos quando se trata de fogos de artifício. Nesta época do ano, em especial no réveillon, os problemas com esses artefatos aumentam. Mesmo com leis e normas técnicas que regulamentam a fabricação e a venda e obrigam as empresas a informar nas embalagens o modo de usar os fogos, muitas pessoas ainda se arriscam comprando produtos sem certificação ou manuseando de forma errada.

Entre o Natal e o Ano Novo de 2006 o Corpo de Bombeiros registrou 14 casos de acidentes com fogos de artifício na Região Metropolitana de Curitiba. O chefe da comunicação social do Corpo de Bombeiros, tenente Leonardo Mendes, salientou, em primeiro lugar, que boa parte dos feridos tinha ingerido doses de bebida alcoólica acima do normal. Segundo Mendes, a principal causa de acidentes são os fogos que não têm suporte para serem fixados em algum local quando soltados, como determinam as normas técnicas.

?Nunca se deve soltar fogos nas mãos. E eles devem estar bem fixados antes de acesos porque eles também podem virar em direção às pessoas que estão por perto e causar uma tragédia?, explicou Mendes. O tenente ressaltou que as embalagens têm dicas de segurança que precisam ser observadas. Mendes afirmou que se o artefato não funcionar, deve ser jogado fora. ?Por incrível que pareça existem relatos de casos de pessoas que foram olhar dentro para ver por que não funcionou e daí estoura. Isso é muito grave?, ressaltou.

O cirurgião plástico do setor de queimados do Hospital Evangélico de Curitiba, José Luiz Takaki, afirmou que a partir das 20 horas do dia de Natal e do Ano Novo começam a aparecer os pacientes que sofreram acidentes com fogos. ?Mas a maior incidência é sempre depois da meia-noite?, contou. Segundo ele, os casos de mutilação, que geralmente atingem dedos e mãos, são mais raros, mas existem. Os mais comuns são queimaduras e normalmente atingem mãos, braços e face. ?Normalmente temos de 18 a 25 atendimentos nestes dias. Mas este ano recebemos a informação de que aumentou em 20% a venda de fogos?, afirmou o médico.

Hospital

É importante tomar algumas medidas antes de encaminhar a pessoa ferida com fogos de artifício ao hospital. O cirurgião plástico José Luiz Takaki frisou que quando acontece o acidente não é preciso se desesperar e o tratamento já deve começar no local. ?Antes de correr para o hospital a pessoa deve resfriar o local com água de torneira por uns cinco minutos. E depois umedecer um pano limpo com água corrente e envolver o local. Pode prender com atadura ou durex até chegar ao hospital. O importante é não ter contato com o ar. Em meia hora ele deve parar de sentir dor?, explicou. Segundo o médico, quanto mais dor se tiver na hora, menos grave é o ferimento. ?Queimaduras de terceiro grau atingem o nervo e a pessoa não sente nada?, afirmou. Por isso ele recomenda que a pessoa observe isso e, se não for tão grave, pode esperar até 12 horas para buscar atendimento.

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