Árvore histórica de São Mateus do Sul está morrendo

Um carvalho, símbolo da imigração polonesa de São Mateus do Sul, com cerca de 100 anos de idade está morrendo. As sementes vieram da Europa e foram plantadas pelos colonizadores. Mas agora a árvore dá sinais de que o tempo passou. Seus galhos estão quase secos e desde 1999 eles não produzem flores e frutos. A árvore foi tombada pelo Patrimônio Histórico do Paraná e os moradores querem que o título seja repassado a outras três que nasceram de sementes do velho carvalho.

Não se sabe ao certo quando as sementes chegaram ao Brasil, mas estima-se que tenham cruzado o Atlântico entre 1895 e 1915. Foram levadas primeiro ao Rio de Janeiro, depois a Paranaguá, a Curitiba e por fim São Mateus. Também não existe um consenso sobre quem as teriam trazido da Europa. O imigrante João Puchalski ou o professor Alexandre Zbislawieck.

A semente foi plantada no local do primeiro acampamento feito pelos poloneses, enquanto aguardavam o governo distribuir as terras. Depois, nesse lugar foi construída a Sociedade-Escola Casimiro Bulaski, que atualmente virou a Praça Alvir Sérgio Licheski.

Cerca de duas mil famílias de imigrantes colonizaram São Mateus do Sul e 85% da população atual têm descendência polonesa. Tamanha é a importância da árvores para os moradores, que em 1990 foi tombada Patrimônio Histórico do Paraná. Na época, a Comunidade Brasileiro-Polonesa no Brasil (Braspol) realizou comemorações na cidade e crianças de escolas municipais deram um abraço no carvalho.

O historiador Mário Deina conta que engenheiros florestais foram até o local e constataram que quando a árvore foi tombada, já estava sofrendo um processo natural e irreversível de degradação. Isso ocorreu porque o clima daqui é diferente do clima no Leste Europeu. Além disso, a árvore está localizada em região urbana e a poluição também influencia o seu ciclo de vida. Há alguns anos, a Prefeitura também construiu uma praça no local e as obras podem ter afetado suas raízes.

A árvore ainda não morreu, mas já está quase sem folhas e os galhos estão secos. Apesar da perda, Vilácio Amaral, também historiador, diz que a memória da imigração ainda continua viva nas outras árvores originadas de sementes do velho carvalho. Uma delas cresce ao lado da Casa da Memória.

Agora a população se mobiliza para pedir que o título concedido ao velho carvalho seja estendido para os outros exemplares. O mais antigo deles tem 27 anos. Eles aguardam resposta da Secretaria de Estado da Cultura e do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico. 

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