Cuidados

Animais também sofrem com o frio em Curitiba

Com os sucessivos recordes de baixas temperaturas registrados durante a última semana na capital, não foram apenas as pessoas que precisaram reforçar o aparato de roupas e utilidades para se aquecer.

O frio também fez com que as administrações do Passeio Público e do Zoológico providenciassem uma série de medidas para proteger os animais dos ambientes gelados.

Para alguns animais, além de incômodo, o frio pode ser perigoso. De acordo com o veterinário Marcelo Bonat, para determinadas espécies, a exposição ao frio representa um risco grande e, por isso, os cuidados são redobrados no tratamento de mamíferos, aves, filhotes e dos répteis de sangue frio, que necessitam do calor externo para manter funcionando o metabolismo do corpo.

Segundo Bonat, as serpentes do Passeio Público contam com um reforço de lâmpadas que produzem raios infravermelho e luz ultravioleta para manter a temperatura acima dos 18 ºC.

“As unidades do serpentário contam ainda com pedras aquecidas em torno dos 25 ºC. Isso já fica disponível no local o ano todo, mas os cuidados são redobrados durante o inverno”, afirma.

Para as aves, Bonat revela que os viveiros contam com lâmpadas aquecedoras e, em alguns casos, com cortinas para proteger os animais do vento. “Algumas aves, principalmente as exóticas, não estão acostumadas ao clima frio da região Sul e correm o risco de adoecer”, diz.

Neste inverno, Bonat conta que um papagaio do zoológico teve um início de hipotermia e precisou de cuidados especiais. A ave já se recuperou e retornou à rotina.

Já os primatas, que ganharam braçadas de feno e cobertores para se aquecer durante a noite, têm o espaço indoor para manejo aquecido através de aquecedores elétricos, como é o caso do Muriqui o maior primata das Américas e o macaco aranha, que vivem no Passeio Público e dos macacos pregos e chipanzés do zoológico.

“Os chipanzés são como a gente. Quando a temperatura tem uma queda brusca, ficam resfriados. Quando está muito frio eles recebem leite com mel”, afirma a bióloga Nancy Banevicius. Segundo ela, há casos em que é preciso dar xarope para os animais, que também tomam efervescentes de Vitamina C.

Além de providenciar o aquecimento dos ambientes, as administrações do Passeio Público e do zoológico também aumentam a quantidade de comida que é dada aos animais.

“Como eles precisam produzir mais calor e mais energia, é necessário que eles ingiram mais proteína e carboidrato. Para a onça pintada, por exemplo, a média de carne passa de 4 quilos para 5 quilos por dia”, diz Nancy.

Segundo Bonat, o clima também tem alterado o comportamento de parte da fauna. Com a temperatura relativamente mais alta em julho, algumas espécies anteciparam a reprodução, antes prevista para setembro, no início da primavera.

“Com o clima desregulado, o cisne negro e o ganso do Nilo já fizeram a postura. O Emu, cuja época de reprodução é durante o verão, também já está com filhote”, revela.

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