Animais expostos a sofrimentos nas ruas

A ausência de um órgão específico que tire animais de situações de risco em Curitiba faz com que cães, gatos, eqüinos e outros bichos abandonados ou que têm acesso às ruas fiquem expostos a uma série de sofrimentos.  

Na última quarta-feira, a situação de um cavalo deixado amarrado em uma cerca da Rua João Bettega, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), assustou vigilantes que trabalhavam em empresas próximas ao local. O animal estava com a pata machucada e demonstrava muito sofrimento, mas ninguém fazia nada para ajudá-lo. ?Havia uma poça enorme de sangue ao lado do cavalo, que não conseguia apoiar a pata no chão. Ligamos para a Prefeitura para solicitar que alguma coisa fosse feita, mas fomos informados que a administração municipal não poderia recolher o animal. A situação nos deixou bastante revoltados?, conta o técnico em vigilância do trabalho, Luciano Sampaio de Souza.

Segundo a presidente da organização não-governamental SOS Bicho, Rosana Gnipper, o caso do cavalo não foi o primeiro a ser registrado na capital. Há alguns meses, um cão caiu em um córrego próximo ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, permanecendo no local por quase três dias sem que qualquer entidade se dispusesse a socorrê-lo. ?Quando um animal está machucado, precisando de socorro, a população não tem para quem pedir ajuda. O Corpo de Bombeiros só socorre pessoas e os setores de saúde pública e meio ambiente da Prefeitura se isentam da responsabilidade?, diz.

Rosana também esclarece que os riscos aos quais os bichos são submetidos são conseqüências do abandono de animais feito pela população. Considerado uma das piores formas de maus tratos, o abandono é a causa, por exemplo, do grande número de cães que são vistos revirando sacos de lixo em busca de comida, dos gatos que correm risco de atropelamento e dos cavalos que chamam a atenção pelo excessivo estado de magreza.

Prefeitura

Em relação à saúde pública, a Prefeitura informa, através de sua assessoria de imprensa, que o recolhimento de animais é realizado apenas quando os mesmos estão colocando em risco a integridade física de pessoas. Já pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o superintendente Mário Sérgio Rasera diz que não cabe à administração municipal prestar assistência veterinária. Porém, afirma que são realizados trabalhos com o objetivo de informar a população sobre posse responsável e evitar que situações como a do cavalo e a do cão aconteçam. 

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