Agentes de saúde, amigos dos pacientes

Faça chuva ou sol, os agentes comunitários de saúde estão nas ruas dos diversos bairros de Curitiba para atender a população. O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) foi criado em 1999 – em parceria entre a Secretaria Municipal da Saúde e o Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC), durante a gestão do prefeito Cassio Taniguchi.

Atualmente, estão em atividade 1.140 agentes, que atuam em conjunto com as equipes da 43 unidades de saúde existentes, fazendo a ligação entre a comunidade e o serviço de saúde municipal. "Nós vamos até as casas das pessoas e levamos os problemas existentes às unidades de saúde, identificando riscos e repassando-os às equipes de enfermagem", explica a agente Glaucia Jaqueline Negossek, que está na atividade há um ano. "Temos que saber um pouquinho de cada enfermidade."

Os agentes são concursados e, antes de serem colocados em atividade, recebem formação específica, na seqüência passando por programas de capacitação. Moradores das comunidades onde atuam, eles acabam se transformando em verdadeiros amigos dos pacientes. "Isto é o melhor da profissão. Os pacientes novos às vezes são um pouco desconfiados, mas depois se apegam bastante à gente e acabam virando verdadeiros amigos", diz a agente Daniele Conceição Volochati, na função há um ano.

O lado ruim, na opinião da agente Elaine do Rocio França das Neves, há três anos na atividade, é quando um paciente com o qual se tem um grande contato morre. "Nós vemos crianças nascerem e crescerem, mas também pessoas morrerem. É muito triste quando isso acontece. Geralmente ficamos bastante chocados e, muitas vezes, choramos junto com a família. É muito difícil", diz.

Para a agente Amélia Strijeski Ilhos, que também tem experiência de três anos na função, uma das maiores dificuldades dos agentes é trabalhar com as adolescentes, evitando que elas venham a ter uma gravidez indesejada. Segundo ela, muitas vezes, por mais que a informação seja passada com eficiência, as meninas acabam se tornando mães precocemente. "A gente explica e, na hora, elas mostram que estão entendendo. Depois, acabam não se cuidando, não usando preservativo e ficando grávidas. Isso acontece bastante e é um de nossos grandes problemas."

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