Ação tenta inibir trabalho infantil em Maringá

A exploração do trabalho infantil não tem limites. Amanhã, quando a maioria das crianças e adolescentes estará aproveitando o feriado de Finados para descansar, outras estarão espalhadas pelos principais cemitérios, vendendo velas e flores àqueles que prestarão homenagens póstumas. A dura realidade pode ser comprovada em qualquer lugar do Brasil, mas em Maringá, a Prefeitura vai aplicar um projeto inovador para tentar combater a problemática.

Em uma ação conjunta das secretarias de Ação Social e Cidadania, Cultura e Esporte com o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Centro de Referência da Criança e do Adolescente (CRCA), Conselho Tutelar de Maringá, Procuradoria Regional do Trabalho, Delegacia Regional do Trabalho e 4.º Batalhão da Polícia Militar, criou-se o projeto Abandonando Velas.

O trabalho é apoiado no artigo 60 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que determina a proibição de qualquer trabalho para menores de catorze anos, salvo na condição de aprendiz. ?Uma equipe multidisciplinar percorrerá os cemitérios e encaminhará as crianças e adolescentes para as atividades lúdicas, culturais e esportivas, que ocorrem das 8h às 17h?, explica a secretária de Ação Social e Cidadania de Maringá, Sandra de Cássia Fanchini da Costa.

Os menores abordados receberão orientação e serão cadastrados no Peti, que vai atrás das famílias para uma conversa que evite retaliações às crianças e adolescentes. Geralmente, são os próprios pais que as obrigam a realizar a venda de velas e flores.

?Nós vamos conversar com esses pais, mostrar que isso é errado?, diz Sandra.

Mais do que uma ação isolada, o projeto servirá para que se faça um mapeamento do problema, facilitando ações futuras. ?A gente sabe que o problema existe, não só aqui em Maringá. Fazendo o cadastro este ano, poderemos ter dados concretos e criar mecanismos para trabalhar com mais eficiência o problema.?

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