Saúde

A cada mil pacientes atendidos apenas 10% têm alguma doença

O tratamento já terminou, a doença foi curada, mesmo assim a dor persiste e não vai embora. Parece até que o paciente está inventando sintomas, afinal nenhum exame consegue detectar a origem do problema. Isso se chama dor crônica e este é o tema central do curso de Procedimento Invasivos e Abordagem Cirúrgica em Dor, da Faculdade Inspirar. O curso será ministrado pelo neurocirurgião Manuel Jacobsen Teixeira, diretor técnico da Divisão de Neurocirurgia Funcional do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo, de 22 a 24 de março, em Curitiba.

O estudo isolado da dor teve início na década de 1970, graças a pesquisas que provaram que ela prejudica ou inviabiliza o tratamento e adia a cura. ”O tratamento de doenças infecciosas, inflamatórias ou do câncer evoluem melhor sem dor, porque ela reduz a resposta do sistema imunológico”, garante Manoel Jacobsen, também professor da Univerdade de  São Paulo (USP) e especialista no tema. Pacientes com dor têm alteração do sono e do apetite e são mais sujeitos a complicações como infecções respiratórias, alerta o neurocirurgião.

“É um problema que ainda é desconhecido por parte da população. As pessoas não sabem da importância da parte psíquica até mesmo quando falamos de problemas musculares”, explica Silvana Aquim, coordenadora do curso na Faculdade Inspirar.

Um levantamento do Centro de Dor do Hospital das Clínicas de São Paulo, coordenado por Jacobsen, aponta que a cada mil pacientes atendidos por ano apenas 10% deles estão com alguma doença ativa. Isso significa que os outros 90% sofrem apenas com a dor que permaneceu após o tratamento. É a dor que se tornou crônica e independente da doença de origem.

“Por isso é importante que o tratamento da parte motora e muscular, feita com a supervisão do fisioterapeuta, precisa do acompanhamento de um médico e outros especialistas da área de saúde. É o que se chama de tratamento multidisciplinar, e é isso que o curso quer mostrar”, completa Silvana.

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