A boa cerveja depende do mestre

Cervejas existem aos montes, das mais variadas marcas, preços, paladares -algumas amargas, outras nem tanto. Há ainda as sem álcool e, mais recentemente, as da linha ?light?, menos calóricas. O que poucos sabem é que por trás de uma boa cerveja está um profissional altamente qualificado, que atua em todo o processo de produção, da fermentação ao envase: é o mestre-cervejeiro, cujo curso de especialização ainda não existe no Brasil.

“A cerveja leva cerca de 15 dias para ser produzida, e durante esse período é o mestre-cervejeiro quem zela por todo o processo, desde o controle de maturação, da água filtrada, até o envase e degustação. Existe um controle de qualidade bastante rigoroso”, explica Rodrigo Sozo, mestre-cervejeiro há cinco anos que atua na Ambev. Originário de São Paulo, ele esteve em Curitiba na semana passada acompanhando o trabalho da indústria na capital paranaense.

“Existe uma série de projetos em andamento que focam a melhoria da qualidade. Eu coordeno alguns trabalhos e visito fábricas para ver como está o andamento”, conta Sozo, que hoje faz parte da diretoria industrial. Para se tornar um mestre-cervejeiro, lembra ele, o caminho não é tão simples. “No caso da Ambev, ela procura engenheiros já formados, na área de alimentos, ou engenheiros químicos, biólogos. Essas pessoas são treinadas dentro da fábrica e depois de dois a três anos fazem curso de cervejeiro no Senai, em Vassouras (RJ)”, explica Sozo.

Depois do curso, eles voltam para a fábrica, onde continuam trabalhando na produção. “Após algum tempo os melhores profissionais são escolhidos para fazer o curso de mestre-cervejeiro nos Estados Unidos ou na Espanha, Alemanha, Bélgica, Dinamarca”, diz Sozo, salientando que o Brasil ainda não conta com este tipo de especialização. No caso de Rodrigo Sozo, o curso foi feito em Chicago (EUA) e durou três meses.

Pilsen

Sozo explica que a cerveja tipicamente brasileira é a pilsen, muito alinhada à produzida nos EUA. “As cervejas européias são diferentes, mais amargas, escuras, com teor alcoólico mais elevado”, compara. Segundo ele, é comum encontrar na Europa a ale inglesa, cerveja de trigo e de frutas.

No Brasil, uma das mais recentes apostas é a cerveja ?light?, 35% menos calórica. A cerveja light tem entre 400 a 450 calorias por litro. O teor alcóolico também tem a mesma redução de 35%, conta Sozo.

No Brasil, o consumo per capita é de 50 litros de cerveja por ano. Muito abaixo de países como a República Tcheca, onde o consumo chega a 250 litros por ano, segundo Sozo. A produção nacional é de 8,5 bilhões de litros de cerveja por ano.

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