50% das caminhonetes têm motores irregulares

Integrantes da Operação Força Tarefa, comandada pelo delegado Mário Sérgio Braddock, estiveram ontem, das 8h às 17h, no Parque Barigüi, em Curitiba, verificando a procedência de motores a diesel, ano 2001, de picapes. Cerca de quatrocentos donos de caminhonetes foram convocados a comparecer à verificação. “Acreditamos que, do total de veículos vistoriados, 50% continham motores de origem duvidosa”, calcula do delegado. “Isso significa que, ao adquirirem os motores, os proprietários das caminhonetes foram enganados pois, sem saber, compraram equipamentos que tiveram a identificação adulterada e podem ter sido roubados.”

Segundo o delegado, há alguns anos os propulsores de picapes à gasolina começaram a ser substituídos por motores diesel. Foi então que pessoas mal-intencionadas começaram a adulterar a identificação dos equipamentos e vender motores roubados como novos. “Na maioria das vezes, quem comprou o motor de procedência duvidosa não tem culpa: foi até a uma loja, pagou pelo produto e não sabia que ele era roubado”, afirma. “Outras pessoas, sem saber, compraram caminhonetes usadas que já vieram equipadas com motores em situação irregular.”

Enganados

É o caso do marceneiro José da Silva. Há dois anos, ele comprou uma picape ano 1994. Pagou R$ 29 mil pelo veículo e nem desconfiou que a identificação do propulsor estava adulterada. “Para mim, foi uma surpresa quando os fiscais disseram que o motor era de origem duvidosa”, conta. “Agora, vou atrás da loja que me vendeu a caminhonete exigir que ela se responsabilize.”

O mesmo aconteceu com o comerciante José Marçal, que há três meses adquiriu uma picape ano 1997, por R$ 32 mil, de particular. Durante a inspeção, também se verificou adulteração da identificação do motor. “Agora, vou devolver o veículo ao antigo dono”, diz. “Ainda não sei se vou comprar outra caminhonete, pois tenho medo de ser enganado novamente.”

Os proprietários de motores com identificação adulterada vão receber um termo de depósito, ficando proibidos de vender o veículo. Será realizado um laudo e os motores terão que ser retirados dos veículos. “Quem vendeu os motores com adulteração de identificação será responsabilizado criminalmente por receptação de mercadoria roubada”, explica Braddock.

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