5% das crianças em idade escolar têm hiperatividade

Cinco por cento das crianças em idade escolar são portadoras de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O dado foi apresentado ontem, no Centro de Convenções de Curitiba, durante a realização de um congresso internacional sobre o assunto.

O TDAH é considerado a mais freqüente entre as doenças neuropsiquiátricas encontradas em crianças. É um problema que afeta funções cerebrais e que tem causas multifatoriais, incluindo fatores genéticos e adquiridos.

Muitas vezes, as manifestações da doença começam a aparecer já no período de gestação, quando a criança se move excessivamente dentro da barriga da mãe. No primeiro ano de vida, é comum a criança hiperativa ter sono bastante irregular. Porém, é no período escolar que os sintomas costumam ser bastante visíveis.

“O TDAH consiste no mau funcionamento de estruturas cerebrais que modulam atenção, concentração e memória”, explica o médico neurologista pediátrico do Hospital Infantil Pequeno Príncipe, de Curitiba, Antônio Carlos de Farias. “A criança hiperativa e com déficit de atenção tem inteligência mental normal, mas começa a ir mal na escola por não conseguir se concentrar nas aulas e devido a problemas de memória”.

O tratamento do transtorno envolve tanto medicamentos quanto reeducação comportamental. “Quando não são tratadas, as crianças com TDAH têm, em média, queda de 5 a 8 pontos de QI em relação à população geral”, afirma Antônio Carlos. O não tratamento também pode resultar em adultos com problemas na vida profissional, delinqüência, drogadição e abandono escolar.

Congresso

Participaram do Congresso Internacional sobre TDAH profissionais da área de saúde e comportamento, educadores e pais de crianças que manifestam o distúrbio. O evento foi organizado pelo Grupo de Orientação sobre o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (GOTAH), Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas da UFPR, Unidade de Neurologia Infantil do Hospital Pequeno Príncipe e Unidade de Neuropediatria do Hospital Nossa Senhora das Graças. Contou com o apoio da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), Associação Paranaense de Déficit de Atenção e Hiperatividade e Conselho Regional de Psicologia do Paraná – 8.ª Região.

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