Paraná vai abater um bilhão de frangos em 2005

O presidente da Avipar (Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná), Alfredo Kaefer, anunciou nesta terça-feira (8) que o Paraná vai abater um bilhão de aves em 2005 e que o setor, em conjunto com a Secretaria Estadual de Agricultura, já tomou as medidas necessárias para melhorar o controle sanitário na produção de aves no estado.

A temeridade com a gripe aviária ? como acontece nos países da Europa e Ásia – é totalmente afastada por Kaefer. ?É um alarme totalmente infundado que a gente tem combatido sistematicamente. Não temos gripe aviária no Brasil e estamos muito longe disso. Todo setor, em conjunto com a Secretaria de Agricultura, está trabalhando para que a gente fique a margem do problema da gripe aviária?, disse Kaefer ao visitar os deputados na Assembléia Legislativa.

Liderança – O Paraná tem 25% de toda produção nacional ? a maior no Brasil – e vai abater um bilhão de aves em 2005. No estado, o setor movimenta R$ 750 milhões e responsável por US$ 710 milhões na balança de exportação brasileira.

?Estamos processando em média 86 milhões de aves por mês. Se considerar os 30 dias corridos isso dá três milhões de aves por dia. No Paraná são 60 mil empregos em granjas, frigoríficos, incubatórios diretamente ligados ao setor?, aponta. Empregos indiretos, segundo ele, representam 550 mil postos de trabalho.

Parceria – Questionado sobre as medidas que o setor e a Secretaria de Agricultura vêm tomando para proteção na produção do setor, Kaefer listou uma série de providências que vão desde o isolamento de granjas e melhores cuidados com desinfecção.

?A Secretaria de Agricultura tem sido uma parceira do setor. Todas as providências em conjunto estão sendo tomadas com tecnologia. A avicultura no Paraná é muito mais avançada. Estamos convencidos que vamos ficar fora da gripe aviária?.

Reivindicações – O presidente da Avipar classificou como ?negligência das autoridades federais? os problemas relacionados à febre aftosa. ?Não tivemos agentes necessários, não tivemos fiscalização adequada, e depois de seis anos acabamos tendo febre aftosa. A partir desse fato, o próprio ministério começou a se preocupar mais?.

Kaefer esteve em audiência em Brasília com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e diz ter levado uma série de reivindicações para aumentar a proteção sanitária no país. Segundo ele, a lista de itens será transformada em portaria e decreto do Ministério de Agricultura.

?São providências como contratação de mais agentes, mais recursos e de uma série de medidas: instalação de laboratórios, condições para que se implante a regionalização da produção. Uma somatória de fatores que são importantes para o setor?, afirmou.

Exemplo do Paraná – Sobre a regionalização da produção, o setor vai dividir os estados em territórios sanitários ?de tal forma que se tivermos algum problema, a gente isole o local eventualmente contaminado, afetado e as demais regiões fiquem livres de qualquer risco. Não há alarme, não há temor?, repetiu.

Como ocorre com o gado no Paraná, o setor pretende implantar o Guia de Trânsito Animal específico para aves (GTA) e o cadastramento eletrônico geo-referenciado de todas as instalações avícolas comerciais.

Grão em carne – A avicultura brasileira representa hoje mais de 1,5% do PIB brasileiro. O setor movimenta R$ 3 bilhões e é responsável por US$ 2,8 bilhões nas exportações brasileiras. ?É muita coisa. Tem quatro milhões de pessoas empregadas diretamente com avicultura e somos hoje a quinta pauta de exportação?.

A avicultura brasileira, segundo o presidente da Avipar, é o grande transformador de grão em carne. ?Se não tivéssemos suínos e aves, estaríamos exportando muito mais milho e soja de forma direta, ao invés de transformamos, como estamos fazendo, através de carne e adicionando empregos, movimentação econômica e desenvolvimento?.

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