Paraná tem oito municípios entre os maiores exportadores do país

O Paraná tem oito municípios no ranking dos maiores exportadores do Brasil em 2005, divulgado recentemente pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Os principais exportadores paranaenses são Paranaguá, Curitiba, São José dos Pinhais, Maringá, Araucária, Ponta Grossa, Campo Largo e Londrina, pela ordem. A cidade portuária de Paranaguá aparece com destaque no ranking pela preferência de grandes exportadores e companhias comerciais (tradings companies) por manter sedes de suas empresas próximas ao porto.

A lista indica também que há forte concentração das exportações em alguns municípios do Paraná, que, apesar de ser o quarto maior exportador, atrás do Rio Grande do Sul, teve municípios à frente dos gaúchos nas estatísticas das dez principais localidades-sede dos exportadores.

Com um total de 178 municípios exportadores, o Paraná vendeu para o exterior mais de US$ 10 bilhões, com um crescimento de 6,6% em relação às vendas registradas em 2004. As importações totalizaram US$ 4,5 bilhões o que gerou um superávit na balança comercial de US$ 5,4 bilhões. Dos produtos exportados pelo Estado, soja em grão e farelo de soja ainda lideram a pauta, mas cortes de frango, automóveis e motores para veículos aparecem também com destaque.

O apoio do Governo do Estado, que nos três últimos anos concedeu isenção de impostos para as pequenas e médias empresas, foi fundamental para a ampliação dos negócios e, ao mesmo tempo, despertar o interesse de muitos empresários pelo mercado externo. As empresas de São Carlos do Ivaí, por exemplo, não exportaram nada em 2004, mas em 2005 obtiveram uma receita de US$ 7,5 milhões. Outros municípios trilharam o mesmo caminho, partindo do marco zero.

Primeiro de Maio saltou de zero para US$ 2,5 milhões; Porecatu, US$ 678 mil; Rondon, US$ 562 mil; Floresta, US$ 517 mil; Nova Aurora, US$ 460 mil; Nova Londrina, US$ 360 mil; Goiro-erê, US$ 306 mil; Terra Boa, US$ 295 mil; Pontal do Paraná, US$ 206 mil; Bom Sucesso do Sul, US$ 115 mil; Santa Mariana, de zero para US$ 61 mil.

Industrializados 

De acordo com a análise do Centro Internacional de Negócios (CIN), do Sistema Federação das Indústrias do Paraná, os produtos industrializados vêm ganhando força na pauta de exportações e, por isso, mesmo num ano em que o setor agrícola foi prejudicado com o câmbio desfavorável, o Estado conseguiu um bom resultado com as exportações graças à competitividade do produto industrializado.

?Embora a agricultura ainda seja muito importante para a economia do Estado, o Paraná já não é mais tão dependente da produção primária?, destaca Henrique Santos, coordenador do CIN. Segundo ele, esta situação não é sazonal e mostra uma tendência de crescimento da participação dos produtos com maior valor agregado nas exportações do Paraná. ?A queda do dólar comprometeu a rentabilidade de alguns setores, especialmente, os ligados à agricultura, mas mesmo assim o faturamento geral das exportações teve um crescimento expressivo?, destacou Santos.

Os produtos com maior valor agregado vem ano a ano ganhando destaque. Para o secretário estadual da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho, investir na industrialização garante mão-de-obra especializada. ?Passa a ser possível manter o homem no campo e proporcionar qualidade de vida por todo o Estado?, avaliou. Ainda segundo o secretário, nos últimos 10 anos, por exemplo, a exportação de industrializados passou de US$ 2,1 bilhões para US$ 6,6 bilhões. ?No período, a participação dos produtos processados no total das exportações cresceu de 59,14% para 65,76%?, acrescenta.

Voltar ao topo