Paraná aumentou em mais de um terço os leitos de UTI desde 2003

Mais de um terço dos leitos das Unidades de Terapias Intensivas (UTI) existentes, nesta segunda-feira, no Estado foram credenciadas ou reclassificadas pelo Ministério da Saúde pelo intermédio do Governo do Paraná, através da Secretaria da Saúde, desde o início da atual gestão.

Segundo o secretário da Saúde, Cláudio Xavier, com isto a população paranaense tem acesso a 929 leitos credenciados ou reclassificados em todo o Paraná. Soma-se a esse total mais 103 leitos particulares que em uma ação inédita o Governo do Paraná serve como reserva técnica.

Isso significa uma cobertura próxima de 5%. A média nacional está acima de 3% e o mínimo estabelecido pelo governo federal é de 4%. O número total de leitos gerais no Paraná, segundo dados do Ministério da Saúde, é de 31.842 leitos, sendo 23.982 do SUS e 7.860 da iniciativa privada.

Os últimos credenciamentos de leitos de UTI pelo SUS aconteceram em julho nas cidades de Campo Mourão, Cascavel, Guarapuava, Ivaiporã, Pato Branco, São José dos Pinhais e Umuarama. Ao todo foram credenciados e reclassificados mais de 57 leitos, sendo 31 leitos adultos, 11 pediátricos e 12 leitos neonatais.

?Estamos investindo para que a população paranaense seja atendida em seu local de origem e evite viagens desnecessárias?, diz o secretário.

?De janeiro a julho de 2005, o SUS pagou 49.530 diárias, o que significa que foram gastos mais de R$ 8 milhões só com diárias?, afirmou o diretor de Sistemas de Saúde, Gilberto Martin. Segundo ele, esse valor ainda não contabiliza gastos com Autorização de Internação Hospitalar (AIH) e também procedimentos extras que são feitos.

?Essas questões variam de acordo com o paciente, enfermidade e tratamento?, explica Martin. O valor médio de uma diária de UTI é de R$ 200,00 por dia, variando de acordo com o tipo de unidade.

O Estado classifica os leitos em dois tipos: tipo II, que é uma UTI completa, porém alguns serviços podem ser referenciados, ou seja, podem ser encaminhados para outros centros de especialidade. A UTI tipo III também é uma UTI completa, mas atende alta complexidade, que envolve mais recursos tecnológicos e humanos.

O SUS paga R$ 70,00 por leito que não está nessa classificação, R$ 197,28 por leito tipo II e R$ 213,71 por leito tipo III. ?É importante lembrar que o paciente não vai somente para a UTI. A unidade é uma parte de um tratamento completo.

Quando se analisa a questão dos custos é preciso olhar o todo e não uma parte, e esse todo varia conforme o tratamento?, disse o chefe do Departamento de Gestão de Atenção de Média e Alta Complexidade da Secretaria, Irvando Carula. Para que o estabelecimento possa montar uma UTI com dez leitos é necessário desembolsar em torno de R$ 357 mil em equipamentos.

Leitos particulares – Além dos leitos pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o governo do Estado contratou, com recursos do Tesouro estadual, 103 leitos de UTI de 26 hospitais particulares. Outros 94 leitos particulares entrarão na lista de reserva e poderão ser utilizados pelo SUS em um prazo de 60 dias. Esses leitos poderão ser utilizados nas cidades de Arapongas, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Cianorte, Curitiba, Pinhais e Santo Antônio da Platina.

Ao todo, são 85 leitos adultos, quatro pediátricos e 28 neonatais. ?É a maior expansão de leitos de UTI no Paraná nos últimos dez anos. A maioria dos leitos credenciados está localizada no interior, fazendo com que o atendimento seja mais rápido e evitando o deslocamento dos pacientes para os grandes centros?, disse o secretário Cláudio Xavier.

Central de Leitos – Com a Central de Leitos, o Estado conta com um sistema de busca de leitos de UTI rápido e eficiente. Para que as consultas à existência de leitos vagos sejam mais ágeis, centrais de leitos foram criadas em cinco diferentes Regionais de Saúde (RS): uma em Curitiba (2a RS), que é a Central Estadual de Leitos, uma em Maringá (15a RS), uma em Londrina (17a RS), uma em Cascavel (10a RS) e outra em Ponta Grossa (3a RS).

?As centrais de leitos foram criadas para estimular o melhor aproveitamento possível dos serviços instalados nos hospitais?, declarou o secretário.

Além do serviço de consultas de leitos, a Central de Leitos também faz solicitação de UTI móvel. Para tornar mais rápido esse trabalho existem quatro bases, localizadas em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel. Esse serviço de locomoção apressa a transferência do paciente de uma cidade a outra. ?De janeiro a junho de 2005 foram solicitadas e concluídas 476 remoções?, explica a coordenadora da Central de Leitos, Maria de Fátima Souza de Sant?Anna.

O sistema de busca de vagas nos leitos de UTI em todo o Estado depende da demanda. Assim, praticamente, durante todo o tempo, todos os leitos de UTI ficam ocupados. Logo após um paciente receber alta, outro paciente ocupa o leito novamente. ?Não podemos determinar quanto tempo um leito fica vago. Assim que descobrimos um leito vago já é encaminhado um paciente?, lembra Maria de Fátima.

Projeto de expansão

Por solicitação da Secretaria da Saúde feita em reunião ocorrida a cerca de 20 dias, o Hospital Universitário de Londrina (HU) elaborou um projeto de expansão de oferta de leitos de UTI, que está sendo analisado pela Secretaria da Saúde. Além disso, na região de Londrina outras novidades devem acontecer em breve.

A primeira é a implantação de mais 14 leitos de UTI em Arapongas. Em Cambé, também existe um projeto para colocar leitos de UTI para funcionar. O estudo está sob análise do Ministério da Saúde para liberação de verbas para a construção da área física. A parte de equipamentos será providenciada pelo Governo do Estado.

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