O Brasil terá que investir US$ 5 bilhões a cada ano, em 20 anos, para a instalação de 615 novas usinas, se quiser atender à demanda de etanol mundial em 2025. A hipótese foi levantada em estudo da Universidade de Campinas (Unicamp), apresentado hoje pelo pesquisador Luiz Cortez, em seminário sobre agroenergia que está sendo realizado na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo ele, as projeções do National Energy Information Center (NEIC) apontam que, em 2025, serão consumidos 1,7 trilhão de litros de gasolina ao ano no mundo. Se 10% desse total forem substituídos por etanol, serão necessários 204 bilhões de litros de etanol ao ano e, para 5% de substituição, serão 102 bilhões de litros.
Para que o Brasil atenda, hipoteticamente, a essa demanda de 102 bilhões de litros, serão necessárias as 615 novas usinas que, de acordo com o estudo, poderão gerar exportações equivalentes a US$ 31 bilhões, com geração de 5,3 milhões de empregos.
Segundo o estudo, o Brasil sabe produzir etanol a baixo custo, mas a experiência está voltada para o mercado doméstico, já que exportamos apenas 20% do que é produzido no País. Os principais países de destino são Estados Unidos, Japão e Índia.
Para os pesquisadores da Unicamp, o mercado internacional apresenta uma grande oportunidade para o etanol brasileiro mas, para aproveitá-la, é preciso definir uma estratégia para aumentar a participação nesse mercado nos próximos anos.
Segundo o estudo, as áreas consideradas com forte restrição para o cultivo da cana-de-açúcar são Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica, mas há milhões de hectares de pastagens que poderão ser direcionados para essa cultura.