Para exportador, casos de aftosa ”arranharam” imagem do país

Brasília – O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirmou hoje (25) que, se o país tivesse cuidado melhor da sanidade animal, não teria tido a imagem de maior exportador de carne do mundo "arranhada" pelos casos de aftosa registrados no ano passado.

Castro acredita, entretanto, que o país "continuará exportando muito em 2006", a não ser que apareçam outros focos da doença. Ele disse que a ocorrência de casos do mal da vaca louca no Canadá também beneficiará o Brasil este ano, "pois será um concorrente a menos, para um produto que tem mais procura que oferta no mundo".

O presidente da AEB criticou o fato de o governo só ter liberado dinheiro do Orçamento de 2005 para "erradicação da febre aftosa quando os prejuízos já tinham acontecido". Segundo ele, os prejuízos "foram consideravelmente maiores do que a economia feita com o retardo na libertação do dinheiro".

Para ele, o encontro de hoje em Brasília, entre representantes do Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa (Giefa) e o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, "é uma oportunidade para que o Brasil bata na tecla de poder exportar carne in natura para os Estados Unidos, pois, assim, fará contratações de vendas mais rápidas que no caso da carne industrializada".

O vice-presidente da AEB disse que aguarda com expectativa a destinação de recursos no Orçamento de 2006, que ainda não foi aprovado pelo Congresso, para a área de sanidade animal. Ele afirmou que "a demanda pela carne é tão grande no mercado internacional, que com aftosa, ou não, o Brasil sempre exportará muito".

Para ele, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem uma posição muito clara na questão do combate à ao combate à febre aftosa, mas não acontece o mesmo no restante do governo. José Augusto de Castro disse que o Brasil só não teve prejuízos maiores no ano passado, com a ocorrência da febre aftosa na região de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, "por causa da demanda internacional" pela carne.

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