O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim disse que se a situação econômica do País continuar boa, o grande eleitor de 2010 será o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Isso me parece certo", comentou nesta quarta-feira (30) pouco antes de falar sobre a reforma política a 500 empresários reunidos na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) em Porto Alegre. Apesar de prever a grande influência que Lula terá sobre a escolha do sucessor, Jobim não quis arriscar palpites sobre o quadro eleitoral de 2010.
Ele reconheceu que dois nomes, dos governadores José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG), estão postos, mas lembrou que nenhum dos demais partidos, nem mesmo o PT, têm candidaturas encaminhadas. Jobim ainda falou sobre seu próprio futuro. Ele afirmou que, depois de 20 anos, encerrou sua vida pública e vai se dedicar exclusivamente ao escritório de advocacia que mantém em Brasília, embora mantenha a filiação ao PMDB. Referindo-se a qualquer candidatura, disse que "isso é para as novas gerações".
Ao avaliar a atuação da Polícia Federal, Jobim destacou que as ações ocorrem dentro da normalidade jurídica, sem depender de orientações do governo, e criam um ambiente que tende a evitar a repetição de condutas como o pagamento de propinas e fraudes de licitações descobertos pela Operação Navalha. Mas, ao mesmo tempo, aconselhou o governo a evitar pirotecnia de tentar estabelecer uma ação midiática da polícia. "Isso está acontecendo e não é bom".