Para donos de postos, problemas com o álcool decorrem da falta de estoque

Na avaliação do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicomb), os problemas que o governo federal vem enfrentando em decorrência das altas sucessivas do preço do álcool e da possibilidade de falta do produto no mercado, decorrem da falta de um estoque regulador no Brasil. Falando à Agência Brasil, o presidente do Sindicomb, José Luiz Mota Afonso, lamentou o fato de que, mais uma vez, o consumidor final será prejudicado.

"O grande problema é o tal do estoque regulador. O álcool é um produto agrícola, como o é também a soja. E nós não temos problema com a soja na entressafra, porque neste caso o governo mantém estoques reguladores e aí não há variação de preço. Como o governo não cria um estoque regulador para o álcool, o que acontece é que o país fica, mais uma vez, nas mãos dos usineiros", explica o sindicalista.

Mota Afonso acusa os usineiros, que classifica como "um grupo de três a cinco", de dominar o setor e não terem responsabilidade para com o país. "Como aconteceu há dez anos, quando eles quebraram o programa Pró-álcool. O açúcar lá fora estava mais caro do que o álcool e eles preferiram vender açúcar ao álcool. Eles não têm a menor responsabilidade para com o país, enquanto nós proprietários de postos temos nossos estabelecimentos fechados ou somos multados, eles continuam aí ditando normas sem que o governo nada possa fazer", disse.

Assim como as distribuidoras de combustíveis, o sindicato dos donos dos postos ainda não tem uma estimativa do novo preço nas bombas. Mota Afonso afirma que a gasolina pode ficar em torno de 1% mais cara nas bombas. "Como a gasolina A é mais cara, está redução de 5% no percentual de adição significará aumento, é claro. Exigirá mais gasolina, ela chegará mais cara nós, do varejo e isto será repassado na bomba", afirmou.

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