O delegado Rubens José Maleiner, da Coordenação de Aviação Operacional da PF, definiu os depoimentos de quatro controladores de vôo tomados nesta segunda-feira (20) como técnicos e altamente produtivos. Eles são alguns dos 13 que estavam de serviço nas torres de São José dos Campos e de Brasília no dia 29 de setembro, quando ocorreu o acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, no qual morreram 154 pessoas. Maleiner, no entanto, se recusou a antecipar juízo sobre culpa ou responsabilidades no acidente.
Os depoimentos estão sendo tomados em sigilo na sede do Cindacta 1, de Brasília e os nomes dos controladores são mantidos em sigilo para resguardá-los do risco de atentados ou de agressões por parte de familiares das vítimas. Eles estão sendo ouvidos por Maleiner porque o delegado Renato Sayão, responsável pelo caso, entrou de licença médica devido a uma crise de hérnia. Maleiner, piloto profissional e especialista em investigação de acidentes aeronáuticos, ouve os controladores de acordo com a ordem cronológica do acidente, desde os preparativos da partida do jato de São José dos Campos.
O delegado entregou nesta segunda-feira ao chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) a intimação da Justiça Federal que obriga o Comando da Aeronáutica a entregar à PF todas as informações relativas ao acidente, entre as quais as análises e diálogos das caixas pretas dos dois aviões. Os depoimentos continuam amanhã.