Para bispos, discurso de Bento XVI não é imposição

O discurso que o papa Bento XVI fez, domingo, na abertura da 5ª Conferência-Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe servirá de orientação para os debates das próximas duas semanas em Aparecida, mas não uma imposição, porque os bispos terão liberdade para chegar às suas próprias conclusões. ?Não é nenhuma camisa-de-força, mas a reflexão de um papa que tem grande conhecimento do nosso continente?, disse o arcebispo venezuelano de Mérida, d. Baltasar Cardozo, com o apoio do presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), o cardeal chileno Francisco Javier Errázuriz, um dos três presidentes da Celam.

O cardeal Errázuriz e d. Baltasar falaram ontem à imprensa, ao lado do arcebispo de Mariana (MG), d. Geraldo Lyrio Rocha, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e segundo vice-presidente do Celam – que foi barrado ontem porque não tinha a credencial à mostra. Os três elogiaram os discursos do papa em sua visita a São Paulo e Aparecida, mas deram ênfase à mensagem aos bispos.

Os participantes da Conferência de Aparecida terão liberdade de chegar às conclusões que julgarem corretas, mas o documento final do encontro só será divulgado depois da aprovação do papa. ?Temos audiência marcada para 11 de junho, quando vamos entregar o texto ao papa?, informou o cardeal Errázuriz. Embora se trate de um documento dos bispos latino-americanos, Bento XVI poderá fazer algumas pequenas mudanças para a publicação da versão final. ?Não é um documento da Santa Sé, mas os bispos estão em união com o sucessor de Pedro?, observou o cardeal chileno.

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