Para Alckmin, “massacre publicitário” provoca crescimento de Lula

Uberaba, MG – O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disse hoje (04) que "ininterrupto massacre publicitário" pró-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na mídia é o responsável pela redução de nove pontos porcentuais entre ambos nas intenções de voto do Estado de São Paulo, segundo pesquisa do Ibope divulgada ontem. "Estou praticamente fora da mídia há mais de um mês e o presidente está com uma campanha publicitária, jamais vista, 24 horas na televisão", afirmou ele durante visita à 72a Expozebu, em Uberaba (MG).

De acordo com a pesquisa, Alckmin teria hoje entre 42% e 43% no Estado, contra 33 e 34% de Lula, uma redução pela metade na diferença dependendo do cenário avaliado ante a pesquisa anterior. "Estou feliz, porque são 2,5 milhões de votos à frente do presidente e mais de 4 milhões de votos no segundo turno; na hora que nós tivermos um equilíbrio da mídia, isso vai aumentar" completou, salientando que nada será mudado no comando de sua pré-campanha à eleição.

Mesmo apostando na recuperação nas pesquisas, Alckmin voltou a fazer duras críticas ao governo Lula. "Hoje é o custo PT que o Brasil está pagando, com juros altos, política fiscal frouxa e câmbio sobrevalorizado; mas nós somos a escola de fazer e não de falar", disse o pré-candidato do PSDB. Alckmin citou "2 mil obras que estão paradas ou andando a passo de tartaruga" para justificar, segundo ele, "a perda de capacidade de investir do governo Lula".

Já o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que a redução da diferença entre Lula e Alckmin em São Paulo está dentro da margem de erro e que não preocupa o seu partido na praticamente certa aliança entre as duas legendas. Alckmin e Bornhausen também se mostraram aparentemente despreocupados com a investida do PT na composição de uma chapa com o PMDB, oferecendo a candidatura à vice-presidência.

O ex-governador paulista citou que o PMDB tem uma pré-convenção marcada para os próximos dias e que uma decisão no encontro deve ser respeitada. No entanto, Alckmin ratificou que, se depender do seu partido, o PMDB estará junto na campanha eleitoral. Bornhausen disse que a oferta feita pelo PT ao PMDB faz parte de jogo político, no qual o presidente Lula é candidato à reeleição "Eu acho difícil ele concretizá-las, pois ninguém está querendo pegar esse cheiro mensalão", criticou.

Ainda hoje, a cúpula do PSDB se reuniria em Belo Horizonte para a discussão da chamada "agenda positiva 2007", que pretende ser a base do plano de governo de Alckmin. Estariam no encontro, além do pré-candidato, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso. De acordo com Alckmin, os dois pontos centrais dessa agenda positiva são a diminuição da pobreza no Brasil por meio de investimentos em educação e o crescimento do País com um choque de gestão.

A visita de Alckmin, do governador mineiro Aécio Neves e aliados do PFL à exposição de Uberaba aconteceu em ritmo de campanha eleitoral. O ex-governador paulista caminhou pela feira, tomou chimarrão, comeu espetinhos e vestiu uma camiseta da campanha "Coma Carne".Chegou ainda a travar uma disputa de pênaltis com o governador mineiro em um campo improvisado. Quando Alckmin chutou, Aécio claramente deixou a bola entrar. "O cara vem aqui e não vai fazer gol?", brincou Aécio, que desperdiçou, aparentemente de propósito, sua chance chutando a bola em cima do "goleiro" Alckmin.

Em breve discurso para uma platéia de pecuaristas, Alckmin criticou as falhas na defesa sanitária, que propiciaram, no ano passado, o ressurgimento da febre aftosa no Brasil. Por fim, Alckmin defendeu, sob aplausos, a segurança no campo, condenando as invasões de terra. "Se queremos uma democracia, temos de respeitar a lei", concluiu.

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