Palocci diz que só pode assumir responsabilidade por indicados

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmou há pouco, na CPI dos Bingos, que só pode assumir responsabilidade pelas pessoas indicadas por ele na administração pública. Segundo ele, estão vinculadas ao Ministério da Fazenda 250 mil pessoas, sobre as quais o ministro não pode ter controle

A afirmação foi feita por Palocci em resposta a questionamento do senador José Jorge (PF-PE) sobre o envolvimento de pessoas ligadas a ele com denúncias de corrupção. Palocci disse que tem total responsabilidade sobre as ações dos seis secretários do Ministério da Fazenda e também sobre os presidentes de instituições como a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e outras vinculadas ao ministério

Abordando especificamente a questão do envolvimento dos ex-presidente do IRB-Brasíli Resseguros, Lídio Duarte, e da Casa da Moeda, Manoel Severino, com irregularidades eleitorais, Palocci lembrou, em relação a Duarte, que ele tinha 20 anos de IRB e pediu que se evite prejulgar. Em relação a Severino, Palocci disse que ele cometeu uma irregularidade em atividade partidária, mas que sua gestão na Casa da Moeda não teve problemas. Palocci lembrou que Manoel Severino pediu afastamento quando saíram as denúncias e que ele prontamente aceitou o pedido.

Palocci disse há pouco que viajou em um avião particular apenas uma vez após assumir o cargo que ocupa atualmente. Ele informou aos parlamentares que, neste caso, o Partido dos Trabalhadores (PT) foi responsável pelo aluguel do avião, uma vez que a viagem tinha motivos partidários. "Como era uma viagem com interesses partidários, eu não podia usar recursos púbicos no transporte", disse Palocci, destacando que fez uma consulta ao Comitê de Ética Pública do governo federal para saber se poderia viajar em avião particular, tendo recebido resposta positiva

O ministro negou que tenha usado um avião do empresário José Roberto Colnaghi para visitar uma feira agrícola em Ribeirão Preto, a Agrishow. Segundo Palocci, essa viagem foi feita em um avião da FAB. Ele voltou a admitir que, durante a campanha de 2002, quando não era ministro, viajou algumas vezes de carona no avião de Colnaghi, no trajeto entre Ribeirão Preto e São Paulo. As viagens, segundo eles, eram relacionadas à campanha eleitoral do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

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