Países andinos estão indignados com veto da Fifa

Dirigentes de países andinos estão indignados com o veto da Fifa à realização de partidas internacionais de futebol em estádios de cidades localizadas em uma altitude superior a 2.500 metros em relação ao nível médio do mar.

Na Bolívia, um dos países mais afetados pela decisão, surgiu a proposta para que seja feita uma apelação comum entre os países que se sintam prejudicados.

O presidente boliviano Evo Morales solicitou aos colegas de Argentina, Brasil e outros nações latino-americanas que se unam para combater o regulamento aprovado ontem em um congresso em Zurique sob alegação de que a altitude expõe a saúde dos jogadores a risco.

"Faço um chamado aos irmãos presidentes de Argentina, Brasil e outros países da América Latina", disse Morales. A capital da Bolívia, La Paz, localizada a 3.600 metros, é um dos países mais afetados, já que cinco cidades com estádios e equipes profissionais de futebol estão acima do limite.

Morales classificou a medida como um ato "discriminatório" e que em uma reunião de emergência de seu gabinete para tratar do tema ficou decidido "enviar imediatamente uma carta pedindo a reconsideração ao comitê executivo da Fifa".

Equador (Quito, 2.850 metros), Peru (Cuzco, 3.300 metros) e Colômbia (Bogotá, 2.650 metros) também foram atingidas pela decisão. "Nenhuma cidade (localizada a mais de 2.500 metros) foi excluída" (do veto), assegurou o porta-voz da Fifa, Nicolas Maingot.

O Equador se classificou para as últimas duas Copas do Mundo jogando como mandante em sua capital, Quito, que seria usada também nas Eliminatórias para o Mundial de 2010.

"Estão falando sobre questões de saúde, médicas, mas eu não conheço nenhum jogador que tenha enfrentado problemas de saúde, que tenha morrido devido às conseqüências da altitude", disse o técnico colombiano do Equador, Luis Fernando Suárez. O treinador sugeriu aos países envolvidos que "lutem para que a medida seja revista".

O veto poderá valer também para competições de clubes, como Copa Libertadores e Sul-Americana. "Houve uma decisão geral de proibir partidas a essa altitude. Depende dos organizadores das competições incluir essa decisão em seus regulamentos", disse Maingot.

O porta-voz do clube mexicano Toluca, que joga a 2.680 metros, criticou a medida e opinou haver outros aspectos, como o calor ou o frio extremos, que afetam mais os jogadores.

"Quando se joga a 40 graus centígrados, os jogadores são muito mais afetados", disse. "A altitude não é tão importante. Se vai levar isso em consideração, a Fifa deveria contemplar outras coisas, também.

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